Fed pode elevar taxa de juro ´relativamente em breve´
Os integrantes do Federal Reserve, o banco central americano, sinalizaram que podem elevar as taxas de juros de novo “relativamente em breve”, de acordo com a ata do encontro de política monetária de 31 de janeiro e 1º de fevereiro. Na ocasião, o Fed votou unanimemente por deixar a meta da taxa de curto prazo dos Fed Funds inalterada entre 0,50% e 0,75%.
O movimento ocorrerá tendo em vista a melhora da economia dos EUA e a possibilidade de que as propostas econômicas da administração do presidente Donald Trump elevem a inflação mais rapidamente do que o esperado, segundo a ata.
Alguns dos membros do Fed disseram acreditar que pode ser apropriado elevar os juros “em uma das próximas reuniões”, sugerindo que consideram uma movimentação dos juros já no seu próximo encontro, que acontece entre 14 e 15 de março.
Vários dos integrantes também levantaram a possibilidade de elevar os juros mais rapidamente do que o esperado se a inflação disparar e a taxa de desemprego cair demais. Se isso acontecer, “o comitê pode precisar elevar a taxa de referência mais rápido do que a maioria dos integrantes preveem atualmente para limitar a pressão inflacionária”.
Os participantes do Fed veem também “uma maior incerteza” por causa dos planos de corte de impostos e aumento dos gastos da administração de Trump. No entanto, eles disseram que teriam “bastante tempo para responder”, caso a política fiscal impulsione a inflação acima do esperado.
A ata também mostrou que os integrantes do Fed aprovaram uma proposta para adicionar uma série de gráficos (conhecidos como “gráficos de dispersão”) ao seu Sumário de Projeções Econômicas que ilustrariam a incerteza nas projeções macroeconômicas dos membros do banco central americano. Os gráficos colhem as opiniões de colaboradores externos do Fed para mostrar a dispersão das projeções do mercado em torno de um determinado indicador econômico, como taxa de juros, ou inflação.
O Fomc aprovou também uma série de mudanças na sua política de comunicação externa. Entre elas, estão começar o período de silêncio mais cedo, no penúltimo sábado antes da reunião do Fomc. Também vão revisar o tratamento das apresentações da equipe do Fed e demais dados – pesquisas, índices estatísticos e modelos – durante o período de silêncio. O Fed ainda discutiu uma série de mudanças menores para melhorar a clareza de suas comunicações.
A ata revelou ainda que os integrantes do Fed esperam começar a discutir o que fazer sobre o grande portfólio de ativos do banco central “nos próximos encontros”. Os integrantes do banco central têm dito que gostariam de começar a discutir sobre o encaminhamento do balanço de US$ 4,5 trilhões ainda neste ano.
Comentários recentes da presidente do Fed, Janet Yellen, sugeriram pouca pressa em abordar esse tema, enquanto o processo de elevação de custos de financiamentos ainda está em andamento. Na semana passada, Yellen afirmou que preferiria esperar até que as taxas de juros tivessem subido mais, como um colchão de proteção contra qualquer volatilidade financeira que pode acompanhar o processo de enxugamento do balanço. “Uma vez que nós começarmos a diminuir o balanço, isso pode criar algum freio e nós queremos nos assegurar que a economia esteja robusta o bastante”, disse.
Fonte: Valor