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Extremos climáticos geram perdas de quase R$ 300 bilhões no campo

Eventos climáticos extremos causaram prejuízos de R$ 287 bilhões à agropecuária brasileira entre 2013 e 2022, segundo levantamento da Confederação Nacional de Municípios (CNM), feito com base em dados do Sistema Integrado de Informações Sobre Desastres do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional.

As secas foram responsáveis por 87% dos prejuízos na agropecuária no intervalo considerado no levantamento. Ao todo, os eventos causaram perdas em 6,8 milhões de hectares de lavouras, uma área que equivale à soma dos territórios dos Estados do Rio de Janeiro e Alagoas. No período, 4.624 municípios publicaram 14.635 decretos de anormalidade, e 3.384 informaram os dados à base do governo federal.

A seca é o evento que mais prejudica o produtor rural: essa foi a razão de mais de 12 mil decretos municipais de situação de emergência ou estado de calamidade pública.

A falta de chuvas foi responsável por 87% dos prejuízos na agropecuária no intervalo que a CNM considerou no estudo. A agricultura sofreu danos que somaram R$ 216,6 bilhões, ou 65% do total. A estiagem causou 86% das perdas agrícolas (R$ 186,2 bilhões), e as chuvas em excesso, 14% (R$ 30,3 bilhões).

Segundo a CNM, houve perdas em 6,8 milhões de hectares de lavouras entre 2013 e 2022. O número corresponde a 1,6% da área média de cultivo no país nesse período, mas, em alguns Estados, as perdas foram mais expressivas, como em Pernambuco (20,1%), Sergipe (16,4%) e Rio Grande do Norte (13,8%).

Na pecuária, os prejuízos foram de R$ 70,4 bilhões. A falta de chuvas foi responsável por 92% das perdas na atividade, de quase R$ 65 bilhões.

Outros setores

Outros setores da economia, como indústria e serviços, também tiveram prejuízos com eventos extremos entre 2013 e 2022. Ao todo, as perdas foram de R$ 320,1 bilhões nesse intervalo. O impacto sobre a agricultura e a pecuária, no entanto, correspondeu a 90% dos danos que a iniciativa privada sofreu.

A maior parte dos danos ocorreu no ano passado. As perdas de agricultores e pecuaristas somaram R$ 85 bilhões em 2022, ou quase 22% de todo o prejuízo acumulado nos últimos dez anos.

A Confederação Nacional de Municípios diz que as perdas com os eventos climáticos têm um “efeito deletério” sobre as economias locais, já que os recursos deixam de circular nos municípios. A CNM apontou ainda que, proporcionalmente, o crescimento das perdas na agropecuária foi mais acelerado que o do Valor Bruto da Produção (VBP) no mesmo período. Segundo a entidade, o clima adverso não teve impacto sobre a economia do campo em 2013 e 2014. Em 2015, os danos representaram 2,7% do VBP da agricultura.

Já no ano passado, a fatia passou a ser de 8,7%.

Fonte: NULL

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