Exportações têm queda recorde e Japão espera fechamento de fábricas
As exportações do Japão tiveram em novembro a maior queda já registrada, com o colapso da demanda global por automóveis e produtos eletrúnicos. Isso sinaliza que provavelmente vai haver mais fechamento de fábricas e demissões no país,
As exportações japonesas tiveram uma queda de 26,7% em novembro, em relação ao mesmo mês do ano passado, informou o Ministério da Fazenda em Tóquio. O colapso superou o declínio de 22,3% estimado por economistas e foi o mais acentuado desde 1980, quando dados comparáveis se tornaram disponíveis.
As exportações para os Estados Unidos tiveram o recuo sem precedentes de 34%, e as vendas para a China registraram a maior queda em 13 anos, destacando o motivo de o Banco do Japão (o BC japonês) ter reduzido a sua taxa básica de juros para 0,1% na semana passada. O iene está no seu patamar mais alto em 13 anos, o que se soma às dificuldades dos exportadores, como a Toyota, que anunciou ontem seu primeiro prejuízo em 68 anos.
“O desastre das exportações japonesas finalmente chegou a:e nós e isso é a pior coisa que poderia acontecer”, disse Yoshiki Shinke, economista-senior do Dai-Ichi Life Research Institute em Tóquio. “A recessão serão muito rigorosa, com as empresas ajustando seus investimentos, produção e mão-de-obra.”
O governo japonês revisou para baixo a sua avaliação da segunda maior economia do mundo,dizendo que ela está “se deteriorando” pela primeira vez desde 2002. O Produto Interno Bruto (PIB) do país encolheu nos dois últimos trimestres, o que significa que o Japão entrou na primeira recessão desde 2001.
A Toyota, a Honda e a Sony estão entre as empresas que estão demitindo milhares de trabalhadores e fechando linhas de produção, diante da redução dos lucros. As exportações de carros diminuíram 32% no más passado, a maior queda já registrada, e as de semicondutores caíram 29%, disse o ministério.
As exportações para outros países da Ásia caíram 27%, a maior queda em 22 anos; as para a China, o maior parceiro comercial do Japão, desabaram 25%, o maior declínio desde 1995.
“Não existem mercados que possam compensar essa queda na demanda pelos bens fabricados no Japão”, afirmou Shinke, do seguradora Dai-lchi Life.
As exportações japonesas para a Europa caíram 31%, a segunda maior queda já registrada.
As importações também caíram, 14,4%, o primeiro declínio em 14 meses, refletindo a queda nos preços do petróleo e a valorização do iene. Mas isso não foi suficiente para evitar um deficit comercial de 223,4 bilhões de ienes (US$ 2,5 bilhões), o terceiro quatro meses.
“A economia do Japão nunca atenuou de sua dependência das exportações, espepara os EUA”, disse Kir Daley, estrategista-sênior do Group. “O Japão não nada para se preparar” para o colapso na demanda externa.
Fonte: Valor