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Executivos exigem proteção financeira

A demanda de executivos por proteção financeira tem trazido mais seguradoras para explorar este nicho de negócio. Um negócio restrito praticamente à Chubb e Unibanco AIG até 2006, quando o IRB Brasil Re, na época o único ressegurador autorizado a operar, optou por autorizar as seguradoras a contratar resseguro no exterior no passado do que administrar uma carteira tão específica e que requer know how para se ter rentabilidade.
“Esse é um bom exemplo do que a liberdade de contratar seguro poderá fazer com o País”, diz Pedro Purm, presidente da Zurich. O livre acesso ao resseguro trouxe mais concorrentes, hoje são quase dez, e coberturas mais próximas da necessidade das empresas brasileiras. “O clausulado foi totalmente reformulado para atender a legislação brasileira”, informa a Unibanco AIG, que lidera as vendas do seguro de responsabilidade civil dos executivos mais difundido no Brasil, o Directors & Officers.
Segundo dados da Susep organizados pela consultoria Siscorp, o seguro de D&O movimentou prêmios de R$ 96,4 milhões em 2007, alta de 9,3% em relação a 2006. A Unibanco AIG é a maior do Brasil, com prêmios de R$ 42,4 milhões. A Chubb é a segunda maior, com R$ 12,3 milhões, seguida pela ACE (R$ 11,6 milhões), SulAmérica (R$ 10,5 milhões), e Itaú XL (R$ 8,4 milhões).
Neste ano a venda deste produto deverá crescer. Afinal, as crises são usadas pelas seguradoras para vender mais seguro. “A crise serve para mostrar que o risco existe”, diz Pitombeira. A crise americana com créditos hipotecários de alto risco, conhecida como subprime, já traz efeitos para o seguro de responsabilidade civil de executivos.
Segundo Enrico Nanni, diretor-executivo da divisão Aon Network Solutions, do grupo Aon, dono de uma das maiores consultoras de seguros do mundo, informou em um seminário realizado em março deste ano que 47 empresas já haviam avisado que acionistas questionam judicialmente a responsabilidade dos executivos diante das milionárias perdas divulgadas até agora, perto de US$ 400 bilhões, segundo a Bloomberg News. Dessas, 25 são instituições financeiras.
Eduardo Pitombeira, executivo responsável por produtos financeiros na Zurich, acrescenta outra crise. “Além da crise do subprime, temos o choque de credibilidade que veio à tona com a fraude do Société Générale. As várias leis internacionais exigidas pelos órgãos reguladores para controlar riscos de gestão se mostraram frágeis e isso pode gerar uma revisão no cálculo do preço do seguro com o agravamento do risco. Se um grupo do porte do SocGen registrou perdas de US$ 4,9 bilhões, outros podem estar oferecendo o mesmo risco para o setor de seguros”, explica.
No entanto, tais crises não devem afetar o preço na América Latina. Mercados como o Brasil e México devem continuar sendo beneficiados pela farta oferta de capacidade e redução de preço gerada pela concorrência. Segundo a Aon, é possível achar com facilidade no mercado internacional capacidade de US$ 300 milhões por risco a um preço razoável.
O temor das seguradoras é ter um ano como no início do século 21. As maiores perdas em D&O foram iniciadas com a quebra da Enron, que gerou acordos com acionistas de US$ 7,1 bilhões. A WorldCom é a vice líder em indenizações, com US$ 6,1 bilhões. A Cedant gerou indenizações de US$ 3,5 bilhões.

Fonte: Gazeta Mercantil

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