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Executivos do centro financeiro de Londres economizam até no café

Jane Casulli vende café e sanduíches no centro financeiro de Londres há 10 anos e sobreviveu à crise das pontocom. Agora diz que a atual crise é diferente.
As vendas em seu café, localizado a dois minutos dos escritórios do banco de investimentos UBS, caíram cerca de 50% nos últimos dois meses de 2008 e alguns clientes habituais querem pagar mensalmente o que consomem pela manhã.
“Agora os clientes perguntam quanto custam as coisas e trazem seus sanduíches de casa”, disse Casulli. “As pessoas não saem mais dos escritórios. Todos os dias parecem domingo.”
A economia britânica poderá se contrair mais do que a dos Estados Unidos, Japão e zona do euro em 2009, depois que o aumento dos preços das casas e o crédito fácil deixaram os britânicos com uma dívida de £ 1,44 bilhão (US$ 2,18 bilhões), o que os converte em um dos grupos mais endividados do mundo.
O Produto Interno Bruto (PIB) do país poderá se contrair em cerca de 2,9% este ano no momento em que dois milhões de pessoas solicitam auxílio-desemprego, informou o Centro de Pesquisa Econômica e Empresarial (CEBR, sigla em inglês), grupo de estudos com sede em Londres.
“Estamos diante de um gravíssimo declínio econômico”, comentou Ian Barlow, sócio na empresa de contabilidade KPMG e presidente da agência de investimentos estrangeiros de Londres. “Todas as semanas as pessoas são demitidas e sem dúvida os colapsos financeiros aumentarão.”
Até o fim de 2010, a capital britânica pode perder mais 107 mil postos de trabalho, segundo estimativas do instituto de pesquisas Oxford Economics.
Os setores bancário, financeiro e de seguros, que no ano passado deram emprego para cerca de 315 mil pessoas em Londres, podem eliminar mais de 60 mil postos de trabalho em meio à crise de crédito.
Londres contribuiu com £ 18,4 bilhões para as finanças públicas do Reino Unido, aproximadamente um quinto do total arrecadado, de acordo com um estudo realizado pela London School of Economics. O mais provável é que este montante diminua na medida que os bancos tenham menos lucros.
O fundo de bônus dos executivos bancários sofrerá uma redução de 50% este ano em comparação aos £ 3,6 bilhões registrados em 2008, segundo o CEBR. Em 2007, eles receberam um valor recorde de £ 8,5 bilhões.
A perspectiva de uma diminuição da clientela interrompeu os planos de expansão da Fox & Co., uma loja de roupas e acessórios para homens localizada a uns quarteirões do Banco da Inglaterra, o banco central britânico. No local, que abriu suas portas em 1868, está sendo difícil vender pastas de couro que custam US$ 1.208,00 e guarda-chuvas de US$ 415,25.
“As pessoas estão mortas de medo. Continuam gastando, mas com muito mais cuidado”, disse Michael Dreher, um dos proprietários. “Só sobreviverão os mais fortes.”
Os 15 anos de auge econômico da Grã Bretanha chegaram a seu fim e o endividamento dos consumidores aumentou 7,3% no ano passado, dívida acumulada com hipotecas, empréstimos e cartões de crédito. Agora supera o PIB anual do país.

Fonte: Gazeta Mercantil

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