Executivos debatem novos desafios econômicos e políticos
O Brasil finaliza 2022 num palco que divide manifestações e comemorações. Incertezas e esperanças. A mudança política após as eleições de outubro, como em todo pleito eleitoral, traz incertezas sobre o novo mandato, não somente nas questões políticas, mas também econômicas, sociais e tributárias.
É fato que o mundo vem desacelerando no crescimento. Segundo a OMC (Organização Mundial do Comércio) o comércio global deverá crescer apenas 1% em 2023, o que representa uma desaceleração comparada à previsão de 2022, de 3,5%. A organização também prevê que as taxas de cambio no mercado aumentará para 2,3% em 2023. Esse será um dos grandes desafios que o novo governo enfrentará, mas também uma grande oportunidade de crescimento, alerta o diretor geral da JValério Gestão e Desenvolvimento.
A instabilidade internacional colocará uma pressão sob o novo governo, com aumento de taxas de juros, cenários de incertezas. Ao mesmo tempo, o Brasil é um mercado alternativo, neutro e que pode ser protagonista em investimentos internacionais, salienta.
Já Bruno Carraza, professor da Fundação Dom Cabral alerta que o cenário que o presidente eleito enfrentará é muito diferente do que vivenciou há 20 anos, em 2002. Nos mandatos anteriores o mundo estava no início de um grande crescimento, de expansão. Vivíamos os benefícios da globalização, da popularização da internet.
O contexto internacional na época era de uma economia puxada pela China, relembra. Tanto no primeiro quanto no segundo mandato, o presidente Lula podia usufruir desse contexto global favorável, pois vivia-se uma estabilidade geopolítica. O contexto atual é diferente. A economia mundial vive na incerteza e insegurança, oriundos da pós pandemia que ainda gera inúmeros problemas logísticos mundiais. Outro fator agravante é a guerra Ucrania x Russia que não tem previsão de término, gerando aumento de preços das commodities, explica Carraza.
Mas quando pensamos nas empresas brasileiras e na postura do empresariado frente a crise, as expectativas são mais positivas. Há diferenças marcantes e visões completamente diferentes entre o governo Lula e Bolsonaro, e isso é notório. Essa diferenciação faz com que o governo que assumirá em 2023 tenha um protagonismo maior em determinadas áreas, como por exemplo, utilize de maneira mais ativa os bancos públicos, estimulando assim, créditos na economia, ressalta o professor.
Clodoaldo acredita também num resgate da credibilidade internacional pelo foco que o governo passa a dar no tema sustentabilidade. Vimos pela presença na COP 27, onde o uso da questão ambiental irá estimular a economia, seja via acesso a mercados internacionais destravando acordos ou pela atração de investimentos para o país, complementa.
Tributação no Brasil: O que esperar para 2023?
Nos últimos meses em todos os setores já escutamos: vamos embora do Brasil, ou ainda vou trabalhar para mandar meus filhos estudarem fora do país. Se você ainda não escutou isso, é porque você não vive no Brasil pós eleição de 2022. O país está dividido entre os que acreditam em uma melhoria e dos que são terminantemente contra o novo governo.
Fato é que, independente da crença no governo, a carga tributária irá aumentar significativamente, pois o país hoje encontra-se num déficit publico muito grande e o próximo governo precisa gerar caixa. Com o aumento da carga tributária, aumenta também os riscos empresariais. As empresas que souberem entender o seu mercado no momento da crise, são as empresas que mais crescem. É hora de parar, pensar e não ousar, alerta Lucas Ribeiro, Fundador e CEO da ROIT.
Segundo ele ainda, o Brasil é um bom mercado para investimentos estrangeiros, no entanto hoje encontra-se numa instabilidade jurídica. Os ajustes dos próximos meses representarão a quantidade de investimentos que o Brasil conseguirá para alavancar a economia, pontua. Clodoaldo ainda ressalta que o Brasil é um país de grandes oportunidades, precisamos ter sensibilidade para os mercados em crescimento, finaliza.
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