Executivo afirma que colapso da saúde suplementar é “questão de tempo”
Na forma que a gente segue, o colapso da saúde suplementar é questão de tempo e esse tempo não é tão distante. O alerta foi feito pelo vice-presidente de Benefícios da THB, Eduardo Kolmar, ao participar, nesta quinta-feira (17) de evento realizado pela ABGR, em São Paulo, no qual se discutiu os possíveis cenários para o futuro desse segmento. O setor enfrenta uma tempestade perfeita, com aumento das indenizações, judicialização cada vez maior e custos elevados, acrescentou.
Kolmar lembrou ainda que, a cada dia, surgem novos agravantes para esse cenário já bastante desfavorável, como a aprovação de novo piso salarial na enfermagem. Isso vai gerar um impacto absurdo tanto na saúde pública quanto na suplementar. Esse fato vai gerar um agravo de taxas e maior sinistralidade. O custo será direcionado para a gente, alertou.
Ele pontuou que o mercado busca se adequar e procurar alternativas para minimizar as consequências desastrosas que poderão enfrentar. Buscamos soluções para evitar que a tempestade perfeita se perpetue por muito tempo. Há opções como planos regionais, redistribuição da rede credenciada, renegociação com os prestadores de serviços, as franquias. Mas, com esses custos extremamente elevados, muitas empresas não conseguem mais suportar, lamentou.
Mesmo assim, ele assegurou que procura manter o otimismo. Sou otimista por natureza. Somos agentes transformadores e, mesmo estando no meio do furacão, temos a possibilidade de resolver o problema. Há ferramentas que podem nos ajudar a sair desse cenário o mais rápido possível, observou.
Nesse contexto, ele citou as soluções digitais como instrumentos relevantes para o setor. Podemos ter avanço gigantesco no controle da utilização dos planos. E as empresas poderão cada vez mais considerar o risco individualizado, pois cada pessoa é diferente da outra, independente do gênero, peso, prática de esportes, exemplificou. Mas, ele admitiu que mesmo no campo da tecnologia, há o risco dos ataques cibernéticos e a necessidade de proteção dos dados que ajudam o setor na gestão de saúde.
Segundo o executivo, de certa forma, esse é um obstáculo para que se possa ter uma troca de informações sobre os pacientes, evitando repetições de mesmos exames em períodos curtos, refletindo no aumento dos gastos das operadoras. O ideal seria haver o compartilhamento das informações sobre os usuários. Assim poderíamos evitar desperdícios. É preciso mudar também o comportamento dos médicos, usuários e prestadores, pois estamos no mesmo barco. Não dá mais para, apenas para cumprir metas, deixar o paciente em observação por mais dois dias além do que é necessário, salientou.
Fonte: NULL
