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Ex-sócios da XP se unem para apostar no setor financeiro

Ex-sócios de peso da XP compraram uma fatia de cinco start-ups do setor financeiro (chamadas fintechs) para recomeçar a empreender, após deixarem a maior corretora independente do país.

São eles Marcelo Maisonnave, sócio-fundador da XP ao lado de Guilherme Benchi-mol, Eduardo Glitz, responsável por transformar a corretora em um shopping de investimento, e Pedro Englert, que foi diretor da área dos agentes autônomos de investimento da XP e CEO do Infomoney, que pertence à corretora.

O primeiro negócio conjunto dessa nova fase foi o War-ren, um aplicativo da família dos robôs de investimentos, lançado no início do ano e que já tem 10 mil clientes.

Criado pelo também ex-XP Tito Gusmão, o aplicativo seria inicialmente lançado nos EUA. Maisonnave negociou para trazer o serviço para o Brasil e convidou Glitz e Englert para a sociedade.

“Depois disso, pela nossa proximidade, começamos a discutir quais outros segmentos do setor financeiro também seriam transformados pela tecnologia”, conta.

As demais empresas receberam investimentos em estágios diferentes de desenvolvimento. Cada uma delas está posicionada em um segmento específico do setor financeiro: seguros, investimentos, crédito, Câmbio e carteira virtual, nem todas voltadas ao consumidor pessoa física (veja quadro abaixo).

Completa a lista a StartSe, um portal de educação e conexão para empreendedores, da qual eles detêm 45%.

Segundo levantamento do Fintechlab, entidade que ma-peia o setor, o país tem cerca de 250 empresas inovadoras do setor financeiro, que cobrem os segmentos que os ex-XP começaram a atuar.

As mais famosas do país, o aplicativo de gestão financeira GuiaBolso e o cartão de crédito sem anuidade Nu-bank, não serão concorrentes diretos.

ESTRATÉGIA
Parte da estratégia do investimento em bloco é comprar uma participação relevante, entre 20% e 30%, e co-
locar cerca de R$ 2 milhões. Depois disso, eles passam a compor o comando e a gestão das empresas no dia a dia.

“O investimento ainda não está formalizado em um fundo. Estamos entrando individualmente nas cotas das empresas, mas a cabeça é de um fundo”, diz Englert.

A ideia deles é desenvolver as empresas de forma sustentável. No jargão dos empreendedores, isso significa que, mesmo novatas, essas companhias precisam ter uma fonte definida de faturamento, com potencial de lucro, como taxas pela prestação do serviço.

“Existem duas formas de criar essas start-ups hoje, e não tem certo ou errado. Uma é criar muito rápido, buscar investidor, queimar caixa. A gente não faz assim. A gente cria um negócio que fique de pé por conta própria e dê resultado o mais rápido possível. Se não crescer mais rápido, vai continuar existindo”, afirma Englert.

No mundo das start-ups, empresas que não geram receita, mas acabam gerando lucro a seus fundadores, são bem comuns.

O melhor exemplo é o WhatsApp, que foi vendido ao Facebook em 2014 em um negócio avaliado em US$ 22 bilhões e até hoje não gera um dólar sequer para Mark Zuckerberg e os acionistas da companhia americana.

COMPETIÇÃO
Questionados sobre a competição com os grandes bancos, os três disseram que hoje o clima está mais próximo da cooperação. Mas eles entendem que, a exemplo do que ocorreu com a XP — que teve uma fatia comprada pelo Itaú em maio—, quando suas novas empresas ganharem escala, isso pode mudar.

“Os bancos entenderam que as fintechs são uma forma de trazer inovação, e quase toda Fintech tem que se vincular a uma instituição financeira. Mas [as nossas] são empresas que têm proposta de valor muito fortes e vão buscar fatias de mercado importantes. Eventualmente isso pode canibalizar produto de algum banco”, diz Englert.

EM BLOCO

Onde investem os ex-sócios da XP
WARREN

Aplicativo para investimentos. Usuário responde a algumas perguntas sobre os objetivos do investimento e é direcionado para um dos quatro fundos disponíveis na plataforma. Objetivo é evitar oeconomês ao oferecer os produtos.

Próximo passo: comprar uma corretora para oferecer outros investimentos de renda fixa, como CDBs

BEETECH

Empresa especializada em compra e venda de moeda estrangeira e envio de dinheiro para o exterior pela internet, com taxas mais baixas que as cobradas pelos bancos Próximo passo: virar instituição financeira para expandir operação

STARTSE

Éum site para apoiar o aprendizado e a troca de informações entre os empreendedores

FITBANK

Empresa de meio de pagamentos voltada para profissionais liberais, como médicos.

Ela sincroniza o sistema de gestão do consultório com a cobrança, eo profissional passa a aceitar cartões sem precisar da maquininha

MONKEY EXCHANGE

Empresa de recebíveis.

Ajuda pequenos comerciantes a antecipar os valores de vendas no cartão de crédito, com taxas de Juros mais baixas que a cobrada nos bancos. 0 valor é financiado por investidores que aplicam em um fundo com esses recebíveis

PROJETO ID

Usará dados de comportamento no trânsito para definir o valor que o motorista deve pagar no seguro do carro. Ainda está em fase de desenvolvimento

 

Fonte: Folha de São Paulo

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