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Evento da AMMS discute fenômeno que impede ascensão das mulheres a postos de comando

A AMMS promoveu, nesta terça-feira (25 de agosto), um “bate-papo” para discutir os efeitos do “glass ceiling” (teto de vidro) que dificulta a ascensão das mulheres a postos de maior prestígio em suas áreas de atuação profissional e nas empresas. O evento, transmitido no canal da AMMS no Youtube (e que pode ser visto neste link: https://www.youtube.com/watch?v=B-ntOEjduck) teve como convidada a especialista Nathalia Oliveira, que realizou vários estudos sobre o tema. A mediadora foi a conselheira da AMMS, Camila Davoglio.

Nathalia Oliveira explicou como funcional esse fenômeno, que é mundial, e como as mulheres devem agir para que essa barreira se torne cada vez menos frequente na carreira das mulheres. “O glass ceiling é um conceito utilizado para descrever essa barreira sutil e praticamente transparente, mas muito forte, que evita a ascensão das mulheres a cargos mais altos. Esse impedimento ocorre apenas em função do gênero, não pela experiencia profissional, escolaridade ou capacidade. A mulher estaciona em determinado nível e não consegue entender o motivo. É um problema que está enraizado na sociedade, homens controlam e mulheres obedecem, não quebramos isso ainda.”, lamentou.

Ela acrescentou que há vários estudos demonstrando esse fenômeno em diferentes países e apontando que homens em cargos executivos tendem a delegar tarefas mais desafiadoras para outros homens, o que cria bola de nova. “Isso ocorre embora a proporção referente em nível de escolaridade mais avançado seja de 51% para mulheres e 49% para os homens. Mesmo assim, na hora de delegar tarefas mais desafiadores, homens no comando tendem a priorizar outros homens”, acentuou a especialista.

Há ainda casos de mulheres com a mesma experiência profissional e qualificação que os homens, ocupando os mesmos cargos, mas que têm salários menores, o que sinaliza claramente que prevalece a distinção de gênero. “ O ideal é que não seja levado em conta o gênero, que haja uma padronização de experiencia considerando a escolaridade e a competência profissional entre outros fatores, e que um comitê integrado por homens e mulheres, na mesma proporção, decida quem deve ser promovido, sempre considerando a competência e nunca pelo gênero”, enfatizou Nathalia Oliveira, que é administradora com MBA em Gestão de Seguros e Resseguros e pós-graduada em Extensão em Resseguro Avançado e que, atualmente atua na Sedgwick do Brasil, com foco em desenvolvimento de negócios estratégicos.

Ela afirmou ainda que, em geral, a mulher trabalha mais e tem que mostrar muito mais serviço para poder se impor, algo que “culturalmente já é próprio da mulher”. Ainda assim, quando surge uma oportunidade, muitos mais homens que mulheres são promovidos mesmo que tenham competências iguais. “ A profissional fica desmotivada sem novas tarefas desafiadoras, se queixam da falta de treinamento e de não receber missões. Há clara discriminação mas a pessoa que discrimina nem sempre percebe esse viés. É uma discriminação velada”, explicou.

Nathalia Olveira e Camila Davoglio falaram ainda de situações em algumas mulheres adotam uma postura discriminadora em relação a outras mulheres. “É preciso educar os dois lados. Há mulheres que não percebem essa barreira e homens que não enxergam o viés cultural e inconsciente, o jeito de agir que todo mundo adota por achar que é o melhor caminho e não percebe que tem barreira. Não vem apenas dos homens. Muitas mulheres quando chegam no topo acabam avaliando outras mulheres da mesma forma”, lamentou Camila Davoglio.

A mesma visão foi manifestada por Nathalia Oliveira. “Quando fiz estudos com mulheres verifiquei que muitas, ao romperem essa barreira do teto de vidro, se esqueceram do que passaram e adotaram a mesma postura. Passaram a falar que nunca sofreram preconceito, esquecendo problemas. Em geral, imaginam da seguinte forma: se eu cheguei aqui sozinha, outras devem chegar sozinhas também. É cultural”, comentou a especialista.

Fonte: NULL

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