Estaríamos no poder em 2025 ?!
Sim, dizem por aí que a cadeira de Presidência dos EUA é a mais poderosa do mundo e, assim pergunto, seria essa cadeira ocupada por uma mulher em 2025?!
Antes de iniciar meu texto, peço licença para um importante disclaimer: não se trata de um olhar político de defesa ou ataque a qualquer que seja o partido, mas antes, uma provocação e muitas reflexões que surgem com os recentes acontecimentos nos EUA.
Biden desistiu da corrida à Presidência. As circunstâncias dessa renúncia estão envoltas em muito debate sobre saúde, etarismo, se foi ou não no melhor momento; mas enfim, fato é que temos oficialmente Kamala Harris como a candidata pelo partido Democrata.
Em 24 horas, Kamala bateu recorde de doações na história eleitoral dos EUA com US$ 81 milhões de dólares doados e tem, informalmente, o apoio de 2.600 delegados, muito mais que os 1.976 necessários para a nomeação. Apoio ainda informal, visto que a votação oficial deve ocorrer na primeira semana de agosto.
Isso, coloca ainda mais sob os holofotes a reflexão e provocação que trago aqui: o passo significativo para a diversidade e a representação feminina na política americana e, no mundo.
Kamala Harris é reconhecida por sua experiência como vice-presidente e seu histórico de advocacia por justiça social e direitos civis, mas também tem uma série de questionamentos à sua volta quanto à sua postura em relação às fronteiras dos EUA, entre outros.
O ponto que me chama a atenção está em, por começar a lembrar que, ter Kamala como vice-presidente foi importante na eleição passada, pois nunca na história dos EUA a população negra se mobilizou tanto para votar… Isso pode ser um diferencial esse ano novamente.
A candidatura de Kamala Harris tem, portanto, e por si só, esse potencial de inspirar outras mulheres a se envolverem na política, especialmente mulheres e outras maiorias que estão menorizadas.
É como se ela, só por se candidatar ao posto mais “poderoso” e conhecido do mundo, fosse o suficiente para matizar tantos anseios e expectativas.
A presença de Kamala Harris na corrida presidencial pode catalisar debates sobre políticas de equidade de gênero, incluindo igualdade salarial, direitos reprodutivos e combate à violência de gênero.
Os esforços para diminuir a disparidade de gênero na política incluíram quotas de gênero e iniciativas políticas, que demonstraram impactos positivos.
Os países com quotas de candidatura para mulheres tendem a ter uma representação. Um exemplo disso são os países nórdicos, que têm um percentual mais consistente e coerente com a população feminina.
Já no Brasil, esse fato não é uma realidade. Apesar de o Brasil ter algo na casa de 52% do eleitorado composto por mulheres e, um total de 33% de candidaturas femininas, somente 15% foram eleitas.
A Comissão Gestora de Política de Gênero do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) criou em 2019 o TSE Mulheres para manter um olhar mais cirúrgico no tema.
E, por que isso é importante? Por que essa representatividade em ambientes públicos e privados é fundamental para a redução do gap de gênero?
A representatividade de gênero em ambientes públicos e privados está diretamente relacionada à redução do gap de gênero, promovendo políticas públicas e ações em âmbito privado que fomentem a ampliação de equidade de oportunidades, redução das disparidades
Ter Políticas Públicas e Privadas com esse foco, traz a possibilidade de autonomia e independência financeira para as mulheres e, portanto, de posse de ambas, toda e qualquer mulher poderá protagonizar sua vida à sua forma.
Da perspectiva demográfica, estudo feito pelo FMI (Fundo Monetário Internacional) mostrou que em 34 países europeus foi constatado que a maior diversidade de gênero nas empresas gera uma maior rentabilidade, portanto, mais riqueza no mundo sendo gerada.
Este, entre outros, é o poder que a redução do gap de gênero pode gerar.
Ter uma mulher à frente do maior PIB do mundo (US$ 26,9 trilhões) é ter representatividade no posto de exponencial poder e, portanto, coloca de forma definitiva e com extremo peso a pauta de equidade de gênero na agenda mundial.
Fontes:
IMF Working Paper – Gender Diversity in Senior Positions and Firm Performance: Evidence from Europe.
Disponível em: https://www.imf.org/external/pubs/ft/wp/2016/wp1650.pdf