ENS debate oportunidades para o corretor de seguros
A Escola de Negócios e Seguros (ENS) realizou, nesta terça-feira (12), mais uma Master Class, desta vez com o tema “Mundo contemporâneo, novos riscos, novas oportunidades”. O encontro, mediado por Evandro Baptistini, CEO e cofundador da Flexa Consultoria e Corretora de Seguros, reuniu Regina Lacerda, CEO da Rainha Seguros, e Sérgio Hoeflich, catedrático da Academia Nacional de Seguros e Previdência (ANSP), para discutir caminhos e oportunidades para corretores que desejam atuar como consultores de negócios diante de consumidores cada vez mais exigentes.
O programa foi dividido em três blocos: conceitos e conhecimentos técnicos sobre gerenciamento de riscos; novos modelos de negócios e riscos associados; e um panorama sobre como o mercado brasileiro está preparado para o cenário global.
Abrindo o debate, Hoeflich destacou que o principal desafio do setor é desenvolver uma mentalidade baseada na gestão de riscos. “Considerando o marco temporal de 2004 para cá, há uma necessidade do profissional ser multifacetado, compreender problemas mais complexos e interpretar o contexto em que está inserido”, afirmou. Para ele, o seguro ainda é, muitas vezes, visto como gasto. “O grande desafio é mostrar que ele pode ser um investimento estratégico”, completou.
Regina Lacerda reforçou que a gestão de riscos é, essencialmente, uma assessoria para a tomada de decisão. “O cliente nem sempre tem clareza sobre os próprios riscos. Cabe ao corretor oferecer essa visão e orientá-lo”, disse.
A executiva também comentou sobre a Medida Provisória 905/2019, que propunha revogar a Lei 4.594/64 e o Decreto-Lei 73/66 — normas que regulamentam a profissão de corretor de seguros — e eliminar a exigência de registro junto à Susep. “Essa medida poderia enfraquecer a produção de seguros, desvalorizar a profissão e reduzir a qualidade da corretagem no país”, alertou.
Para Regina, apesar dos avanços tecnológicos, da venda direta e da presença dos canais de varejo, o corretor de seguros não vai desaparecer. “Ele é imprescindível e continuará ocupando um nicho estratégico, fidelizando clientes por meio do gerenciamento de riscos — um serviço com pouca ou nenhuma concorrência”, concluiu.
Fonte: ENS