Engenheiro está no Topo do Ranking
Rodrigo Barcelos, engenheiro civil, 31 anos, trabalha na Planave, empresa de engenharia consultiva no Rio. Hoje, como coordenador de projetos, ele tem uma remuneração mensal em torno de R$ 11,5 mil.
Rodrigo escolheu, na verdade, a profissão de formação universitária que atualmente está em terceiro lugar no ranking de rendimentos (entre mais de quarenta graduações) que faz parte do detalhado estudo sobre o mercado profissional no Brasil, com base nos Censos de 2000 e 2010, realizado pelo economista Naercio Menezes Filho, do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper).
Segundo a pesquisa, encomendada pela BRAiN, uma associação de bancos, BM&F, Federação dos Bancos Brasileiros (Febraban) e outras entidades, um engenheiro civil ganhava em média em 2010 um salário mensal de R$ 4.855.
“Quando comecei a estudar engenharia, em 1998, não parecia uma profissão de futuro, e eu decidi por essa carreira porque gosto, mas tive sorte e, quando me formei, em 2003, o mercado estava começando a deslanchar”, diz Rodrigo, que tem pósgraduaçãoemautomaçãoindustrial,e fazoutra pósemgestão de projetos.
A sua situaçãocontrastacoma deRenanPedrosoPantaleãoMorais, professor carioca de Histó- ria de 28 anos, que faz horas extras para chegar a um rendimento mensal de R$ 2.000. “Eu gostode daraula,masé péssimoque o professor seja uma das categorias mais desvalorizadas no Brasil há anos”, ele critica.
Segundo a pesquisa do Insper, professores e pedagogos tiveram um salário médio de R$ 2.390 em 2010, a segunda menor remuneração, só perdendo para os filósofos.
André Martins, 45 anos, professor associado de Filosofia da UFRJ, que dá aula na graduação, mestrado e doutorado e coordena o intercâmbio com a França, diz que 30% dos estudantes da área são pessoas mais velhas, com outros diplomas. “São pessoas que, por uma insatisfação existencial, buscaram fazer filosofia sem se preocupar com a inserção no mercado de trabalho.”
Os outros 70% fazem Filosofia, segundo Martins, também por demanda interna e a inserção financeira não é a preocupação principal. “O curso de Filosofia tem como atrativo inclusive repensar os valores da nossa sociedade contemporânea competitiva, e vai na contracorrente da lógica do mercado”, ele diz. Mas a volta da Filosofia ao Ensino Médio, para Martins, vai ajudar em termos de opções de trabalho.
Já a atuária Rafaela Dias, que está numa área no topo do ranking de remuneração de profissões (o rendimento médio mensal dos profissionais da área em 2010 foi de R$ 4.723), comenta que um dos motivos que a levou a escolher a profissão foi “o reduzido quadro de profissionais da área no Brasil inteiro”.
Fonte: O Estado de São Paulo