Empresas espanholas miram Brasil para driblar efeitos da crise
Na tentativa de driblar a crise, empresas como Telefónica, Banco Santander, Mapfre e a construtora OHL estão fortalecendo suas operações no Brasil.
Nesta semana, o Santander Brasil vendeu ações no que se tornou a maior operação da bolsa do ano, a Telefónica anunciou a oferta pelo controle de uma grande operadora brasileira, a Mapfre negocia associação ao Banco do Brasil e a OHL vai fazer oferta pública de suas concessionárias de estradas.
Segundo especialistas, as grandes companhias espanholas parecem conscientes que a crise quase não atingiu a emergente economia brasileira, que cresceu em média de 4,7% entre 2004 e 2008, e estão apostando no país para evitar os estragos provocados pela recessão.
Para o analista Mário Lisboa Theodoro, diretor de Estudos, Cooperação Técnica e Políticas Internacionais do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), “os investimentos são bem-vindos porque supõem uma entrada maior de capital e demonstram a percepção do mercado externo sobre o país”.
Enquanto todos os indicadores econômicos apontam que a Espanha só sairá da crise em 2010, o Brasil já dá sinais de ter retomado o crescimento. Recentemente, a agência americana de qualificação de riscos Moodys concedeu grau de investimento ao Brasil, conquista celebrada pelo Governo que espera que ao final da recessão mundial o país figure como a quinta economia do mundo.
O Santander colocou no mercado 16% da filial brasileira, 600 milhões de títulos units (cada um com 55 ações ordinárias e 50 preferenciais), uma iniciativa para captar ao menos R$ 14 bilhões (cerca de US$ 8 bilhões).
No mesmo ritmo, a Telefónica apresentou uma oferta pública de aquisição de 100% do capital da GVT – um investimento de US$ 3,7 bilhões, o que valorizou em 13,74% a cotação das ações da companhia de telecomunicações na Bolsa de Valores de São Paulo.
Com uma política de expansão internacional, a seguradora Mapfre comunicou uma aliança estratégica com o Banco do Brasil para constituir uma companhia de seguros, que controlaria 16% do mercado do país.
No mês passado, a construtora espanhola Obrascon Huarte Lain (OHL), pediu autorização para tornar suas concessionárias no país companhias de capital aberto.
Fonte: DCI OnLine