Emprego aumenta desde 2002, mas qualidade piora
da Folha Online
As oportunidades de trabalho crescem desde 2002, mas a qualidade do emprego piorou no Brasil em termos de rendimento, estabilidade e jornada semanal, de acordo com reportagem da edição desta sexta da Folha de S.Paulo. A reportagem foi feita com base em estudo o Cesit (Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho) da Unicamp, que elaborou um indicador de quantidade e outro de qualidade do trabalho metropolitano brasileiro.
A reportagem mostra que o número de emprego nas regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Porto Alegre e Recife cresce ano a ano desde 2002. “A qualidade desse emprego, porém, após apresentar melhora em 2005, volta a piorar em 2006”.
Para estabelecer o indicador do que é emprego de qualidade, o Cesit considera o trabalho formal, o tempo de estudo do empregado (superior a oito anos), a estabilidade (mais de dois anos de atividade no mesmo local de trabalho), a jornada de trabalho (44 horas semanais), o rendimento (acima de um salário mínimo mensal) e a idade (faixa de 18 a 50 anos) dos trabalhadores em relação ao total das pessoas ocupadas.
De acordo com o texto, o indicador de qualidade e o de quantidade variam de zero a um. Quanto mais perto de um, melhor o emprego. “Em 2002, o indicador de qualidade dos postos de trabalho nas regiões metropolitanas consideradas pelo IBGE (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador e Recife) ficou em 0,652. Em 2003 caiu para 0,644 e, em 2004, para 0,642. Em 2005, subiu para 0,650 e voltou a cair para 0,646 no ano passado”. Os cálculos do Cesit foram feitos sob a orientação do economista Marcio Pochmann.
Fonte: Folha de São Paulo