Em 15 anos, pandemias causam prejuízo de quase US$ 200 bilhões
O Globo conta que as pandemias causaram um prejuízo de US$ 197,7 bilhões à economia mundial somente entre 2001 e 2016, segundo levantamento realizado pela consultoria e corretora de seguros Marsh.
Em 2015, durante a epidemia de zika, que atingiu 76 países, as perdas somaram até US$ 18 bilhões na América Latina e no Caribe. Só no Brasil, epicentro da crise, foram US$ 16 bilhões.
Nas novas pandemias – como agora, com o avanço da Covid-19 – os impactos econômicos podem ser maiores. Isso porque as companhias, hoje, são mais dependentes de tecnologia, viagens e cadeias de suprimento globais.
O relatório da Marsh frisa que, com a globalização, um surto viral em um único país pode ter consequências para todo o mundo. E cita estimativa do Banco Mundial de que uma pandemia severa pode derrubar até 5% do Produto Interno Bruto (PIB) global.
Há mais de cem anos, em 1918, a pandemia da chamada Gripe Espanhola infectou 500 milhões de pessoas, matando entre 20 milhões e cem milhões – as estimativas variam devido a problemas de registro da época. As perdas foram equivalentes a 11% do PIB nos EUA; a 17% do PIB no Reino Unido; e a 15% no do Canadá, segundo o relatório.
‘Impacto já é nítido’
Para as companhias, os principais impactos vêm com a perda da mão de obra, porque trabalhadores podem contrair a doença, precisando se afastar das atividades, ou mesmo morrer. Crescem as faltas e cai a produtividade do trabalhador, que se divide entre suas obrigações profissionais e cuidados com familiares, o medo do contágio e o distanciamento social.
Com isso, ocorrem ainda interrupções operacionais, atrasos nas redes de transporte e de fornecedores. Em paralelo, a maior parte das empresas sofre com a queda na demanda dos clientes. Pode haver ainda dano à reputação da empresa, caso seu posicionamento seja visto como ineficaz, incompleto ou enganoso.
Com a derrubada da confiança do público, os setores mais impactados são os de varejo, hospedagem e companhias aéreas. Hoje, já se pode ver as consequências econômicas do coronavírus.
– O impacto econômico já é nítido. Há empresas mudando suas rotinas, há desaceleração na produção, indústrias reduzindo atividades ou parando – diz Katia Papaioannou, superintendente para Prática de Responsabilidade Civil e Ambiental da Marsh.
O setor de eventos também vai amargar prejuízos, alerta Katia:
– As apólices não costumam cobrir surtos como o atual, a menos que esteja acordado antecipadamente no contrato. Os eventos que serão adiados, negociando a postergação das apólices, sofrerão menos. Quem cancelar a realização terá grande prejuízo. As empresas menores, de shows, feiras e congressos, vão sofrer ainda mais.
A Marsh aponta a necessidade de as empresas se prepararem para situações de crise. Entre as ações, é necessária uma revisão de sua rede de fornecedores e distribuidores, para avaliar o impacto potencial de um surto viral nas operações e nas vendas. Há seguros patrimoniais e de lucro cessante que incluem coberturas específicas.
– Neste momento, é imprescindível que as empresas façam uma revisão, testem e atualizem os planos de gerenciamento de crises e riscos adversos (seguráveis e não seguráveis), para garantir a resiliência da empresa e a continuidade dos negócios – alerta Flavio Castro, superintendente da Marsh Risk Consulting, divisão de consultoria de risco da empresa.
Fonte: NULL