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Elas vão viver até os 100 anos

A vida ainda mal começou para eles, mas pode ser bem diferente da que seus pais tiveram. Quando crescerem, talvez se casem, tenham filhos, que também talvez tenham filhos que farão basicamente as mesmas coisas que eles já fizeram. Para esse grupo de crianças acompanhadas individualmente hoje pelo Instituto da Criança (ICr), do Hospital das Clínicas (HC), em São Paulo, porém, a trajetória repetida geração após geração deve ser percorrida com mais qualidade de vida, menos doenças e por muito mais tempo.
Essa é uma das apostas de um projeto que começou há cerca de um ano e meio no instituto, em parceria com a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e com o Centro de Saúde Escola Samuel Pessoa, no bairro do Butantã. Para isso, as cerca de mil crianças atendidas hoje no centro recebem uma atenção especial.
Todas as características da família dos pacientes são avaliadas assim que entram no serviço de saúde pela primeira vez, em um procedimento chamado familiograma. A investigação vai desde as condições em que se deram suas gestações até a situação em que moram com suas famílias.
Para os coordenadores do programa, essas crianças irão superar com folgas os atuais 71,3 anos de expectativa de vida dos brasileiros de hoje. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em pouco mais de quatro décadas, teremos uma expectativa de cerca de 81 anos. A intenção dos especialistas ligados ao projeto é mais ambiciosa: vai 20 anos além.
Com base no envelhecimento gradual da população e no acompanhamento que o grupo terá, se os médicos da equipe tivessem de apostar no número de anos que essas crianças viverão, certamente não diriam nada menos do que 100 anos. “A história populacional tem demonstrado isso e estamos no caminho certo”, afirma a pediatra Sandra Grisi, presidente do Conselho Diretor do Instituto da Criança. “Elas vão viver até os 100 anos.”
ACOMPANHAMENTO
O caminho certo a que a diretora do ICr se refere deve resultar na formulação de um acompanhamento do desenvolvimento infantil individualizado, caso a caso. Assim, a puericultura – uma subespecialidade da pediatria que se ocupa de acompanhar o desenvolvimento da criança – poderia levar em conta características únicas do indivíduo, como o histórico de doenças de seus avós e pais e os conseqüentes riscos de ele desenvolver os mesmos males.
É isso o que faz um familiograma. Doenças como hipertensão e diabete, uma vez identificadas na família, começam a ser monitoradas desde os primeiros anos. Aspectos que cercam esses quadros clínicos, como hábitos alimentares, estilo de vida e atividade física desde a infância, passam a ser fundamentais. “Todo o nosso projeto é baseado em oferecer condições para que eles vivam o máximo possível e com qualidade de vida”, argumenta Sandra.

Fonte: O Estado de São Paulo

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