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Economia volta a crescer, mas retomada é incerta

A economia brasileira cresceu 1% no primeiro trimestre, quando comparada aos três meses anteriores, registrando a primeira alta em dois anos. O avanço do PIB foi uma boa notícia, mas a abertura dos dados mostra um quadro menos animador. O bom desempenho foi liderado pela agropecuária, que teve um salto de 13,4%. “A agropecuária está na oferta, nos estoques e nas exportações”, diz Fernando Montero, economista-chefe da Tullett Prebon.

Pelo lado da demanda, o setor externo também ajudou, com o aumento das exportações superando o das importações. Já a demanda interna desapontou mais uma vez, tendo em vista que muitas empresas e famílias ainda têm dívidas elevadas. A taxa de investimento da economia, medida pela Formação Bruta de Capital Fixo, isto é, a compra de máquinas e equipamentos e os gastos com construção, caiu 1,6% sobre o trimestre anterior, um desempenho bem pior que a média projetada, de -0,3% conforme analistas ouvidos pelo Valor Data. Foi o 13º resultado negativo em 14 trimestres. Já o consumo das famílias recuou 0,1% e o consumo do governo, 0,6%.

O economista Régis Bonelli, do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da FGV, afirma que é prematuro concluir que a economia já tenha entrado em trajetória de expansão. “É muito cedo para dizer que a recessão acabou”, disse ao Valor.

Há uma possibilidade considerável de que a recuperação esboçada no primeiro trimestre seja interrompida no segundo. Essa expectativa, compartilhada inclusive pelo Ministério da Fazenda, já existia há algumas semanas.

Agora, diante da crise política que ameaça o mandato do presidente Michel Temer, as empresas voltaram a segurar os investimentos, levando os analistas a acreditar que o PIB voltará ao vermelho entre abril e junho. “Em que pese ser bom”, diz Sérgio Vale, economista-chefe da MB Associados, o resultado do PIB no primeiro trimestre “cheira a velho a esta altura”.

Fonte: Valor

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