Economia global vai continuar em ritmo lento em 2017
A projeção dos especialistas é que a economia global continue em ritmo lento em 2017, com o comércio internacional desaquecido. Eles destacam que há incertezas envolvendo a política monetária dos Estados Unidos após a eleição de Donald Trump e o cenário na Europa após a decisão do Reino Unido de deixar a União Europeia.
O quadro externo não é exatamente benigno, porque o comércio internacional está praticamente estagnado, diz Zeina Latif.
O Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, sinalizou que vai aumentar a taxa de juros no país em um ritmo mais acelerado o que motivaria uma tendência de alta do dólar em relação a outras moedas, uma vez que o país se tornaria mais atraente para investidores.
Rogério Mori aponta que o Fed continuará subindo os juros de forma gradual, mas isso vai continuar condicionado à robustez da atividade econômica.
Sobre mudanças na política monetária com Trump na presidência, Zeina Latif afirma que, se por um lado é um novo mundo, por outro não tem espaço para destemperos. Ele não vai sair aprovando coisas que o Congresso considere excessivas. Mesmo boa parte do eleitorado sabe que muito do discurso eram exageros de campanha.
Sobre a Europa, o economista Miguel Daoud aponta o risco de outros países, a exemplo do Reino Unido, iniciarem discussões para deixar o bloco europeu. Temos uma situação muito delicada. Pode afetar o Brasil pela moeda, e tem também a questão do comércio. Já Zeina Latif diz que, apesar desse mundo novo, tem um espaço muito limitado para experimentalismo de política econômica, mesmo nesses países com perfil mais nacionalista.
A economista também afirma que o mercado internacional pode ter algum alento se a China realmente acomodar o ritmo de crescimento do PIB, após a onda de preocupações globais em torno da tendência de desaceleração. Isso pode se traduzir em preços de commodities confortáveis, o que é bom para os países emergentes.
Fonte: G1