Economia com IA na saúde pode chegar a US$ 150 bilhões
O Valor Econômico noticia que os centros médicos que não acompanharem a onda da inteligência artificial (IA) vão perder oportunidades na redução de custos, gestão de pessoal, no desenvolvimento de tratamentos e no relacionamento com pacientes. Essa é a avaliação do americano Kaveh Safavi, líder de prática global de saúde da consultoria Accenture.
De acordo com ele, o potencial de economia no mercado global de saúde com o uso da IA em áreas como cirurgias assistidas por robôs, dosagem de medicamentos e testes clínicos, pode chegar a US$ 150 bilhões até 2026. “O segmento enfrenta cenários desafiadores como uma força de trabalho cada vez menor e a expansão do número de pacientes”, diz.
O especialista, com 30 anos de experiência no ramo hospitalar, defende que, para equilibrar melhor essa balança, as unidades precisam considerar rapidamente novas alternativas como o aumento do atendimento virtual, a telemedicina e o monitoramento remoto de enfermos. “São ações que podem gerar economia de tempo e de custo, sem falar da melhora no atendimento aos doentes que mais precisam.”
Na avaliação do consultor, a inteligência artificial e o aprendizado de máquina vão mudar a maneira como médicos e gestores de hospitais trabalham. “A tecnologia vai encurtar ou eliminar tarefas.” Estudos da Accenture indicam que quase dois em cada três dólares gastos por hospitais dos EUA ou 65% da despesa médica, em média, são usados com mão de obra.
Segundo Safavi, a organização de documentos médicos e históricos de consultas pode ser o primeiro nicho a ser impactado pela IA. Hoje, apenas 8% dos papéis ligados à saúde, no mundo, são digitais, diz. “Novas tecnologias de reconhecimento automático de atestados e certidões já estão sendo empregadas e vão ajudar os profissionais a ganhar produtividade.” Pesquisa da consultoria mostra que a automação do fluxo de documentos pode liberar em até 17% o tempo de expediente dos médicos.
Do lado dos pacientes, será possível economizar em até 25% as horas gastas hoje para escolher um especialista na lista de um plano de saúde. Para Safavi, sistemas baseados em IA vão auxiliar não só na escolha do profissional mais próximo ao usuário, mas aquele mais adequado para resolver um problema específico. “Isso era inteiramente impossível há cinco anos.” Somente no campo de diagnósticos preliminares, os recursos de IA apontam para economia de até US$ 5 bilhões no período.
Fonte: NULL