É cedo para o mercado tirar conclusões demográficas
É prematura o setor de seguros tirar conclusões demográficas relacionadas à pandemia, na opinião do presidente do Conselho de Administração da MAG Seguros e do Instituto de Longevidade MAG, Nilton Molina. Apesar de já existirem estudos acadêmicos sugerindo variação na expectativa de vida do brasileiro, o executivo alerta que “ainda é preciso conhecer a profundidade e o perfil definitivo dos eventos da Covid” para rever planejamentos de longo prazo.
Molina explica que as situações extremas que enfrentamos no momento naturalmente vão alterar índices pontuais, mas que até agora é uma incógnita o que é impacto permanente ou não. “Não sabemos, por exemplo, qual será a condição de saúde dos recuperados da Covid nos próximos anos”. E relaciona o cenário com o sensível aumento nas indenizações de vida pagas pela MAG, que quase dobraram nos picos da pandemia. “Não vamos incorporar esses números como uma tendência porque, pelo menos por enquanto, entendemos que serão revertidos”.
“O que vai acontecer no longo prazo depende de como o cenário da Covid-19 vai se desenrolar nos próximos meses”, disse a demógrafa Marcia Castro, chefe do departamento de Saúde Global e População da Universidade de Harvard, que liderou um estudo preliminar que indica queda na expectativa de vida do brasileiro, à revista Piauí. “Sem impedir a transmissão do vírus, podemos ter esses efeitos se arrastando por um período cada vez mais longo.”
Historicamente, eventos semelhantes abalaram temporariamente a expectativa de vida da população, como a gripe espanhola que reduziu o indicador em até 12 anos nos EUA. Quando a emergência é superada – com uma vacina, por exemplo -, há o efeito inverso e a correção da curva. Lembrando que a expectativa de vida ao nascer considera que o indivíduo vai suportar as mesmas condições observadas no momento do nascimento até a morte.
“É prematuro dizer que teremos modificações demográficas agressivas por causa da pandemia e, pelas mesmas razões, cedo para rever prêmios de seguro de vida”, resume Molina, ressalvando que a avaliação pode mudar dependendo do que vai acontecer nos próximos meses.
Ao mesmo tempo, o executivo chama a atenção para outra tendência: Percepção mais clara do risco e maior preocupação das pessoas com a proteção. Em março de 2021, conta, a MAG conquistou o maior volume de vendas novas em comparação com os mesmos meses dos últimos dez anos. A receita teve resultado semelhante. “Quando eu bato recordes de faturamento, significa que meus clientes estão desistindo menos do seguro. Mais vendas indicam que as pessoas têm mais interesse em seguro de vida hoje do que tinham ontem. Esses indicadores são mais relevantes no longo prazo”, avalia.
Para reforçar o movimento, Molina destaca que o foco da MAG são pessoas físicas e os desempenho foi alcançado com o relacionamento feito de maneira remota. “Estamos batendo recordes em seguro de vida individual sem o face a face com o cliente”, diz. “Tenho esperança de que estamos superando o período mais difícil da pandemia. E, sem dúvidas, sairemos com um ambiente mais favorável para os seguros”, finaliza.
Fonte: NULL
