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Doria admite ser candidato em 2018 se vencer prévias

O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou ontem que pode concorrer à Presidência da República no ano que vem caso seja escolhido pelo PSDB em uma disputa interna.

Questionado durante visita a agência de notícias Bloomberg, em Nova York, se aceitaria concorrer ao cargo pelo partido, o prefeito respondeu: “Respeitando a democracia, por que não?” A declaração foi repetida mais tarde ao Estado e é a afirmação mais clara do tucano sobre uma eventual candidatura.

Pela primeira vez, ele abriu a possibilidade de disputar prévias partidárias. Ele nega, no entanto, que tenha lançado sua candidatura e disse que só aceitaria caso haja comum acordo com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin.

O nome de Doria já aparece em pesquisas de intenção de voto superando Alckmin, seu padrinho político e outro virtual candidato do partido à Presidência.

Na entrevista à Bloomberg, Doria voltou a reforçar a sua lealdade a Alckmin. O tucano também atacou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O petista já anunciou que está na disputa para ser novamente presidente. “Não há nada a temer no futuro do Brasil”, disse Doria. “Nem mesmo Lula pode assustar o Brasil.” Doria e Alckmin estão em Nova York nesta semana. Ontem, o prefeito afirmou que o candidato do PSDB para presidente da República será aquele com a melhor posição na opinião pública para vencer o PT e Lula.

Aliança. O governador procurou afastar os comentários de incômodo com o desempenho e as declarações do afilhado político.

“Ninguém vai conseguir distanciar eu e o João Doria”, disse.

Durante reunião com investidores, porém, Alckmin afirmou que a política não pode ficar no plano secundário. “Me preocupa, muitas vezes, relegar a política ao plano secundário, porque ela é a atividade essencial. Não adianta a empresa ir bem, se a economia de seu País vai mal.

Não adianta você ser o melhor agricultor do mundo da porteira para dentro se da porteira pra fora nada funciona”, disse a uma plateia de empresários no Bank of America Merril Lynch.

Sem criticar abertamente a “onda do gestor”, que tem Doria como maior expoente, Alckmin afirmou que a “pior política é a da omissão”. Em seguida, disse considerar importante a ascensão de novas lideranças e a aproximação do setores público e privado. Durante o roteiro que cumpre em território americano, o governador tenta “vender” parte de seu plano de concessões e Parcerias Público-Privadas (PPPs) a investidores estrangeiros, a exemplo de Doria, que também aposta em um programa de desestatização para viabilizar melhorias na capital.

Política. O discurso de Alckmin sobre a importância de se fazer política também foi enfatizada no programa do PSDB, veiculado em rede nacional semana passada com a participação do governador e de outros caciques tucanos, como o senador Aécio Neves e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

No evento desta terça, Alckmin ainda disse que a política “não é uma tarefa fácil”, mas é ela que, assim como a arte e a ciência, proporciona o bem comum e a preparação necessária para a tomada de decisões, em referência a Aristóteles.

Diante de questionamentos de empresários, o tucano ainda defendeu a reforma política, a consolidação das instituições e a importância do empreendedorismo para o crescimento do País. Mais tarde, o governador participou de jantar em homenagem a Doria, que recebeu, na noite de ontem o prêmio Personalidade do Ano, pela Câmara de Comércio Brasil-EUA.

No discurso, o prefeito repetiu o discurso de que não é político.

“Não sou político, sou gestor. Não desrespeito os políticos. Mas São Paulo precisava de um gestor. Capaz de dar um choque de eficiência no poder público municipal”, disse Doria.

O prêmio é concedido anualmente a um brasileiro e a um americano que tenham se destacado no fortalecimento de laços entre os dois países. Além de Doria, Thomas Shannon, exembaixador dos EUA no Brasil, que hoje ocupa a Subsecretaria para Assuntos Políticos no Departamento de Estado americano.

Fonte: O Estado de São Paulo

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