Dólar sobe pelo 6º pregão seguido e se firma acima de R$ 4
O dólar opera em alta pelo 6º pregão seguido nesta quarta-feira (22), após ter passado na véspera dos R$ 4 pela primeira vez em dois anos e meio, embalado pelo cenário eleitoral, com os investidores repercutindo as primeiras pesquisas de intenção de voto.
Às 9h25, a moeda norte-americana subia 0,81%, vendida a R$ 4,0684.
Desde o início do ano, a moeda norte-americana já acumula avançou de mais de 20%. A tendência de alta, que havia perdido fôlego a partir de junho, voltou a ganhar força em agosto em meio às incertezas eleitorais e cenário externo menos favorável, fazendo o dólar saltar de cerca de R$ 3,70 para os atuais R$ 4.
O peso da incerteza eleitoral
Investidores têm comprado dólares em resposta a pesquisas que mostram uma fraqueza de candidatos voltados a reformas alinhadas com o mercado. A busca pela moeda indica que o mercado prefere ativos mais seguros em momentos de incerteza, o que leva ao enfraquecimento do real.
Quanto mais próximas estiverem as eleições, maior será a volatilidade do câmbio, prevê Indech, que considera que a moeda ficará ainda mais instável quando começar a propaganda eleitoral na televisão, quando se acredita que o tempo de exposição dos candidatos pode influenciar a decisão do eleitorado.
Alvaro Bandeira, sócio e economista-chefe da Modalmais, vê o avanço da moeda nesta terça-feira como uma resposta do mercado à percepção de que o segundo turno não terá candidatos voltados a propor reformas fiscais.
Não dá para descartar a possibilidade de o dólar ir a R$ 4,50 e até a R$ 5 neste cenário. Tudo vai depender do que será definido para o segundo turno, aponta Bandeira.
Ele também vê a possibilidade de a moeda americana voltar para um patamar mais baixo, em torno de R$ 3,70, caso outras pesquisas mostrem chances maiores de algum candidato reformista figurar no segundo turno.
Luis Gustavo Pereira, estrategista-chefe da Guide Investimentos, trabalha com a possibilidade de um dólar entre R$ 4,25 e R$ 4,27 nas próximas semanas.
Cenário externo
A piora das tensões comerciais entre os Estados Unidos e outras potências também tem ajudado a desvalorizar o real e outras moedas emergentes, de países como Turquia e Argentina.
Última sessão
Na véspera, o dólar encerrou o dia cotado a R$ 4,0358, a primeira vez que acima de R$ 4 desde 29 de fevereiro de 2016. A alta foi puxada, segundo analistas, pela pesquisa de intenção de voto do Ibope para presidente. Foi o quinto pregão consecutivo de alta.
Já o dólar turismo fechou a R$ 4,20 na terça. Para o consumidor final, porém, a cotação encostou nos R$ 4,50 nos cartões pré-pagos, incluído o Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF), segundo comparativo site Melhor Câmbio. Em espécie, o dólar chegou a ser vendido a R$ 4,25.
O Banco Central realiza nesta sessão leilão de até 4,8 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares para rolagem do vencimento de setembro, no total de US$ 5,255 bilhões. Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.
Fonte: G1