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Dólar sobe 4,4% em abril e vale R$ 1,907, maior nível desde 2009

SÃO PAULO – A escalada de alta no preço do dólar foi coroada com a retomada da linha de R$ 1,90 na última sessão de abril. A cotação da moeda americana subiu em 14 dos 20 pregões do mês. Com isso, acumulou alta mensal de 4,44%, após valorização de 6,16% em março.
Nesta segunda-feira, a sessão começou sem graça e com baixo volume financeiro, mas durante à tarde a pressão de compra cresceu e o dólar passou de R$ 1,91 no mercado à vista e de R$ 1,920 no futuro. O giro estimado para o interbancário ficou ao redor de US$ 1 bilhão, baixo em comparação com dias normais, mas elevado para dias que antecedem feriado.
No fim do dia, o dólar comercial apontava alta de 1,06%, a R$ 1,907 na venda. Maior cotação desde 21 de julho de 2009, quando a moeda fechou a R$ 1,908. Em abril de 2011, a divisa encerrou o mês a R$ 1,573. Desde então, o preço já subiu 21,23%.
Na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), o dólar para maio subia 0,13%, a R$ 1,892. Esse contrato expira hoje. O dólar para junho, que já concentra a liquidez, ganhava 1,05%, a R$ 1,9205.
No ano passado, o dólar chegou a ser negociado acima de R$ 1,90, mas não encerrou uma sessão acima de tal linha de preço. Em uma dessas ocasiões, em setembro de 2011, a alta da moeda levou o Banco Central (BC) a ofertar divisa via swap cambial (venda de dólares no mercado à vista) e por meio de leilão de linha.
Hoje, a autoridade monetária não apareceu para comprar, como fez ao longo do mês, nem para vender moeda americana. No entanto, isso não surpreende, pois a percepção nas mesas é de que o governo quer um dólar mais alto, está trabalhando para isso e como a inflação está bem comportada no curto prazo, não precisa se preocupar, ao menos por ora, com o dólar mais caro prejudicando o controle do nível geral de preços.
Ao longo do mês, o BC fez 16 atuações no mercado à vista. Entre os dias 12 e 18, as intervenções foram mais marcadas. Em cinco pregões, a autoridade monetária fez dez compras à vista, algumas delas mesmo com o dólar em firme alta. O período, depois, se mostrou de firme ingresso de dólares, notadamente pela conta comercial.
Olhando o fluxo, agora em abril até o dia 20, a sobra de dólares era de US$ 3,87 bilhões, enquanto as compras do BC somavam US$ 5,540 bilhões. Ou seja, o BC comprou dólares além do fluxo, o que resulta em redução da posição comprada dos bancos no mercado à vista.
Real descolado
Olhando o real no contexto global de câmbio, a moeda brasileira completou mais um mês como destaque de baixa ante o dólar considerando uma cesta com divisas emergentes e desenvolvidas.
A postura do governo brasileiro contra a valorização do real e as atuações mais firmes do Banco Central são apontadas como responsáveis por esse descolamento do real de seus pares e mesmo de seus fundamentos.
De acordo com um economista, os fundamentos ainda conspiram para a apreciação do real, mas a atuação do governo e a fragilidade bancária na Europa podem levar o dólar ainda mais para cima.
(Eduardo Campos | Valor)

Fonte: Valor

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