Dirigentes afirmam que indústria de seguros no Brasil está solvente
Os efeitos da crise financeira mundial no Brasil e conseqüentemente na indústria de seguros deram o tom no talk show com lideranças do setor durante o 13º Congresso dos Corretores de Seguros (Conec), promovido pelo Sindicato dos Corretores de Seguros de São Paulo (Sincor-SP), entre os dias 2 e 4 de outubro, no qual participaram João Elisio Ferraz de Campos, presidente eleito da CNSeg, Armando Vergílio, titular da Superintendência de Seguros Privados (Susep), Roberto Barbosa, presidente da Fenacor e Leôncio Arruda, presidente com Sincor-SP como mediador.
Vergílio informou que o volume de ligações recebidas pela Susep quadruplicou na última semana de setembro, quando a maior seguradora do mundo, a AIG, foi socorrida por um aporte de US$ 85 bilhões do banco central americano, o Fed. “Esse assunto causou uma grande crise de confiança entre os consumidores. Mas é lá. Aqui no Brasil o modelo de regulação é conservador e afirmo que o mercado está solvente. Não há motivos de preocupação, disse ele, para tranqüilizar os corretores de seguros sobre os efeitos da crise financeira.
Segundo ele, desde o início do ano as seguradoras passaram a cumprir novas regras de solvência. Algumas precisam apresentar um plano de adequação ao novo requerimento de capital. E isso nada tem a ver com a crise financeira iniciada nos Estados Unidos em julho do ano passado com as hipotecas de alto risco, conhecida como subprime. Elas têm até 2012 para se adequar e a Susep esta acompanhando caso a caso diariamente, afirmou.
Vergílio lembrou aos presentes que as seguradoras brasileiras aplicam suas reservas em títulos de governo, sendo uma pequena parte, inferior a 5% atualmente investidas em ações. “Quer mais garantia do que estar com investimentos em títulos do governo?”.
Ferraz de Campos, ao falar após Vergílio no painel, também mostrou indignação diante da crise. Como ninguém nos Estados Unidos percebeu que poderíamos ter uma crise desta?, indagou. O executivo acredita que muita coisa deverá mudar nas regras de controle em todo o mundo. Tem de haver uma governança mundial, mas não pode errar na mão, pois muito controle pode causar problemas também, disse.
Segundo o presidente da CNSeg, o mercado brasileiro é sólido em razão das regras a que está submetido. E mesmo assim, temos alguns caminhos se for preciso apurar a regulamentação, como aperto no controle interno de riscos, aumento de capital mínimo, blindagem das reservas e a criação do fundo garantidor, disse. O presidente da CNSeg sugeriu ao titular da Susep a criação de uma comissão para estudar um modelo ideal de regulação para o Brasil.
Fonte: Fenaseg