Diretor diz que “Charlie Hebdo” não voltará a publicar caricaturas de Maomé
O diretor da revista satírica francesa Charlie Hebdo, Laurent “Riss” Sourisseau, informou que não voltará a publicar caricaturas do Profeta Maomé. Ele reforçou que a publicação não foi monopolizada pela crítica aos fundamentalistas, como aqueles que participaram do ataque de 7 de janeiro.
Desenhávamos Maomé para defender o princípio de que se pode desenhar o que se quiser. Os erros que apontamos ao islão também se encontram nas outras religiões, disse em entrevista à revista alemã Stern. Para ele, a revista tem o direito de criticar todas as religiões.
O anúncio do fim das caricaturas de Maomé nas páginas da Charlie Hebdo ocorreu depois da decisão do principal cartunista Luz , de não voltar a desenhar o Profeta e de abandonar a revista francesa.
Jornalistas e cartunistas estão divididos sobre a administração da Charlie, que é detida por Sourisseau (70%) e pelo diretor financeiro Eric Portheault (40%), após os dois terem comprado os 40% detidos pela família de Charb, o antigo diretor.
A revista que se transformou em símbolo mundial da liberdade de imprensa tem recebido milhões de euros de doações, o que aumentou para 210 mil o número de subscritores e a venda de 100 mil em banca.
Parte do dinheiro deve ser utilizado para uma nova redação e em novas medidas de segurança. Quando vendíamos menos, estávamos mais tranquilos, disse Sourisseau. Agora, toda a gente olha para nós, tantas pessoas esperem que desempenhemos um papel, e é possível que tudo se repita. Mas não podemos abandonar este jornal. Se parássemos seria uma catástrofe para a democracia”, acrescentou.
Fonte: http://portalimprensa.com.br