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Crise leva BC a reduzir ritmo de corte de juro

A crise que ameaça o mandato do presidente Michel Temer deve levar o Banco Central (BC) a reduzir o ritmo de corte da taxa básica de juros (Selic). O Comitê de Política Monetária (Copom) diminuiu ontem a Selic em um ponto percentual, para 10,25% ao ano, e indicou que, na próxima reunião, marcada para os dias 25 e 26 de julho, haverá “redução moderada” na velocidade de queda da taxa.

No comunicado da decisão de ontem, o Copom apontou como principal fator de risco para o controle da inflação o aumento das incertezas quanto à aprovação das reformas institucionais, como a da Previdência. A degradação da cena política, decorrente das delações da JBS, também pode afetar o tamanho do ciclo de redução dos juros.

Até a recente piora do cenário político, o Copom vinha trabalhando com a possibilidade de acelerar o ritmo de corte, antecipando o ciclo de redução, uma vez que a inflação projetada para este ano já está abaixo da meta de 4,5%, as expectativas estão sob controle e a atividade econômica segue bastante fraca. No comunicado, o BC não abriu todos os componentes do balanço de riscos, como em reuniões anteriores. Preferiu mencionar as incertezas sobre as reformas.

“O aumento recente da incerteza associada à evolução do processo de reformas e aos ajustes necessários na economia brasileira dificulta a queda mais célere das estimativas da taxa de juros estrutural [que mantém a atividade num determinado patamar sem gerar inflação] e as torna mais incertas”, diz o comunicado. Até então, o BC deixava claro que a tramitação das reformas ocorria de forma positiva, reduzindo o nível da taxa estrutural. A mudança de estratégia é uma consequência efetiva da crise que atinge Temer há duas semanas.

Fonte: Valor

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