Crise alerta seguros sobre risco de ativos
A crise financeira internacional trouxe um novo ensinamento às seguradoras sobre um risco que ainda não era analisado no mercado: o risco de ativos. Segundo Roberto Westenberger, sócio da Pricewaterhouse Coopers, a AIG foi um bom exemplo de que o colapso do mercado segurador mundial não foi causado por falta de análise de risco de subscrição, e sim de ativos. “A crise nos deu a oportunidade de olhar para mecanismos que não estão funcionando lá fora. Já é o momento de o mercado se preocupar com o risco de ativos”.
Para Westenberger, os problemas nesses ativos podem impactar nas reservas, e conseqüentemente no nível de solvência das resseguradoras. “No Brasil, por exemplo, a maior parte da retrocessão dos riscos é feita com resseguradores locais, que têm, por norma da Superintendência de Seguros Provados (Susep), a obrigação de ter 100% de capital nacional e 60% de preferência para colocação de riscos.”
Segundo ele, parte das reservas técnicas das locais foi constituída há décadas, como exigência da própria regulação brasileira. Para ele, o mercado de seguro e de resseguro brasileiro deve sentir um aumento de preços para alguns tipos de riscos em 2009.
“Com a crise, a tendência é de redução da capacidade das resseguradoras e, se a oferta diminuir, o preço pode aumentar”. Westenberger acredita que a falta de confiança no mercado global ainda deve favorecer o ramo de seguro e resseguro de crédito. “Quem aposta neste nicho vai ter bons resultados”, projeta.
De acordo com Wady Cury, diretor da Aliança do Brasil, a seguradora já está negociando a renovação de seus contratos de resseguro com as cinco maiores resseguradoras do mercado. A companhia trabalha com resseguro para os ramos agrícola (com cobertura para catástrofes), vida e planos de operações para seguros comerciais. Segundo ele, 95% da capacidade de resseguradores mundiais já estão no Brasil, como, por exemplo, a Swiss Re, a Scor Re e a Munich Re. “Quatro das maiores resseguradoras do mundo já estão no País como local, estamos bem cercados”.
Fonte: DCI OnLine