Crédito y Caución faz novo aporte
O interesse dos espanhóis em investir no Brasil continua elevado. A seguradora Crédito y Caución, com sede em Madri e a segunda maior do mundo em crédito, resolveu investir mais R$ 16,2 milhões no país. A meta é ser a líder no mercado brasileiro em cinco anos.
A seguradora anunciou em março a abertura da unidade no Brasil. Para o início das operações, a CyC já havia trazido R$ 18 milhões e pedido autorização a Superintendência de Seguros Privados (Susep) para operar em todo o país. Agora, por conta das novas regras de solvência, a empresa espanhola resolveu fazer um novo aporte, 15% acima do que exigido pela Susep.
Para comandar as operações da CyC no Brasil, o espanhol Jesús Angel Victorio Cano chegou ao país em 2006. Foi mais de um ano de preparação. As operações só começaram de fato em junho, por conta das exigências da Susep. Pelas regras, a CyC teve que criar duas seguradoras no país, uma para o crédito interno e outra para o crédito à exportação.
Os negócios até agora, segundo Victorio Cano, estão acima das expectativas. Em prêmios, foram quase R$ 1 milhão em pouco mais de cinco meses, número alto para os padrões brasileiros. O foco da seguradora tem sido, além das empresas espanholas que operam aqui, oferecer o produto para pequenas e médias companhias brasileiras.
O Brasil é encarado pelos espanhóis como um dos mercados de maior potencial no mundo para o seguro de crédito. Este tipo de apólice é contratada por uma empresa no momento da venda do produto para outra companhia – seja um cliente local ou uma empresa no exterior, via exportação. O seguro cobre a inadimplência do comprador. Se ele não pagar, a seguradora cobre, em média, 90% do total.
Segundo o presidente da CyC, a seguradora vem fazendo uma “trabalho de formiga” para mostrar este seguro para as empresas brasileiras, com participação em seminários e palestras em associações em cidades como Campinas (SP) e Curitiba. Segundo o executivo, quem exporta para os Estados Unidos, por exemplo, pode ter maior problema de inadimplência nos próximos meses, por causa da crise de crédito no mercado americano.
No Brasil, são comercializadas cerca de 300 apólices por ano do seguro de crédito interno e externo. Somente na Espanha e Portugal, onde a CyC tem 60% do mercado, são 26 mil. No mercado espanhol, a CyC tem uma importância segurada que equivale a 15% do Produto Interno Bruto (PIB) daquele país (na casa de US$ 1 trilhão). No Brasil, o mercado é dominado pela Coface e pela Euler. Outras companhias, incluindo a também espanhola Mapfre também resolveram atuar no segmento.
Este tipo de seguro é muito comum na Europa, mas vem ganhando importância em outros países. Há cinco anos, 81% dos prêmios mundiais ficavam no mercado europeu.
Atualmente, caiu para 73%, aumentando a participação de outros países, como Ásia e América Latina. A CyC, por meio de uma combinação das operações com a Atradius este ano, se transformou na segunda maior do mundo, operando em 43 países.
Fonte: Valor