Mercado de SegurosNotícias

Crédito para a casa própria deve

A Caixa Econômica Federal bateu recorde de empréstimos para a compra da casa própria entre janeiro e o começo de setembro deste ano, ao fechar R$ 47,6 bi em contratos. Até dezembro, o banco planeja conceder R$ 70 bilhões, o que seria o maior volume da história, na avaliação da presidente da instituição Maria Fernanda Ramos Coelho.
– É absolutamente histórico. A gente começou em 2003 com R$ 5 bilhões em crédito habitacional. O ano de 2008 já foi um recorde, com R$ 23 bilhões. No ano passado, chegamos novamente a um recorde, de R$ 47 bilhões. Mantido o ritmo atual, devemos fechar o ano com R$ 70 bilhões.
Para Maria Fernanda, hoje as famílias conseguem comprar casa com muito mais facilidade do que no passado. Apesar do forte crescimento registrado em pouco tempo, ela vê esse movimento como algo sustentável, que não trará crise.
– Atribuímos o crescimento expressivo dos financiamentos a dois grandes eixos: o primeiro deles é o fato de poder contar com uma política nacional na área habitacional que prevê o atendimento a todas as famílias. Você tem programas para atender a classe média com taxas e prazos apropriados e uma situação jurídica para garantir esse crédito.
Para ela, o segundo motivo é a existência de um programa de subsídios à baixa renda.
– [O programa] vem articulando tanto os governos quanto as empresas do setor privado, construtoras, incorporadoras, corretoras, e a Caixa na parte financeira, para oferecer um subsídio adequado para quem não tem renda ou para quem, mesmo com renda, não poderia pagar. O que faltava de fato era a oferta para esse setor emergente de consumo, que agora tem como conseguir um financiamento da casa própria com subsídio.
Falta de recursos
A presidente da Caixa diz que, pelos próximos três anos, as fontes de recursos para investir em moradia não preocupam. Pelos dados da Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança), vai faltar dinheiro para habitação em 2014 se o ritmo atual dos negócios se mantiver, com mais investimentos do que captação de recursos.
Para todo o ano de 2010, já há garantia, seja do FGTS ou do SBPE [Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo].
Os empréstimos para a compra da casa própria com recursos da poupança bateram recorde entre janeiro e junho deste ano. Foram concedidos R$ 23,8 bilhões (77% a mais do que no mesmo período do ano passado), para financiar 187,6 mil imóveis (51,5% acima do que no 1º semestre de 2009).
A Caixa já anunciou que planeja entrar neste ano em uma alternativa à poupança e ao FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), que até agosto responderam por 98% do total direcionado à habitação pelo banco.
A instituição quer securitizar R$ 500 milhões antes de dezembro, segundo o vice-presidente de Governo da Caixa, Jorge Hereda. Ele não definiu prazo, mas disse que a medida, que ainda está em debate no banco, deve servir como um “teste” para o mercado.
A securitização, apontada como a principal saída para essa possível falta de recursos, consiste em “trocar” uma dívida de longo prazo por dinheiro vivo. Quando um banco faz isso com sua poupança, repassa um valor que tem a receber entre 20 e 30 anos para uma securitizadora. Ela avalia o risco e a capacidade de retorno desse dinheiro e lança um papel chamado CRI (Crédito de Recebíveis Imobiliários), que pode ser vendido para investidores como um título de renda fixa, por exemplo.
– Temos hoje R$ 20 bilhões disponíveis para a securitização. Não descartamos nada, mas só devemos lançar esse dinheiro a partir do ano que vem. O que é importante é aprender com nosso primeiro lançamento. Melhor ainda é ver que estamos em uma posição interessante do setor imobiliário, com estrangeiros de olho nos nossos investimentos em habitação.
 

Fonte: R7 Notícias

Falar agora
Olá 👋
Como podemos ajudá-la(o)?