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Corretores denunciam a venda de Seguros irregulares, diretamente no exterior

Pessoas não habilitadas para exercer a atividade de corretor de seguros estão comercializando seguros para animais de luxo nas duas maiores cidades do país, São Paulo e Rio de Janeiro. Para agravar esse quadro, o risco vem sendo colocado diretamente em seguradoras do exterior, o que é proibido pela legislação em vigor.
Segundo a denúncia feita por corretores de seguros o principal foco da ação dessas pessoas é o hipismo clássico, onde há cavalos avaliados em até cinco milhões de euros. Os “vendedores” seriam um cavaleiro de São Paulo e um veterinário do Rio de Janeiro.
O problema é que ninguém tem a certeza de que há, de fato, uma seguradora cobrindo o risco. Além disso, e apesar do risco de não receberem a indenização em caso de sinistro, os donos dos animais acabam sendo seduzidos pelo custo aparentemente menor do seguro colocado diretamente no exterior.
O gerente comercial da Seguradora Brasileira Rural, Joaquim Cesar Neto, adverte, contudo, que o consumidor pode sofrer séries danos ao optar por essa alternativa: “contratar o seguro diretamente no exterior é remessa ilegal de divisas e não há a certeza de um amparo legal no momento do sinistro”, alerta o executivo.
Ele revela que já foi feita a comunicação dessas ocorrências para a Susep, mas a autarquia ainda não respondeu sobre as providências que irá tomar: “recebemos muitas queixas dos corretores sobre essa concorrência desleal. E muitos consumidores afirmam que contrataram o seguro no exterior por desconheceram a existência de um seguro desse porte no Brasil. Essas pessoas sequer poderão recorrer à Justiça em caso de problemas no momento de um sinistro, pois cometeram um ato ilícito”, observa Joaquim Cesar Neto.
Ele assinala ainda que a Seguradora Brasileira Rural cobre animais de luxo até o limite de R$ 500 mil. Além disso, tem o respaldo da resseguradora Swiss Re, que é um dos sócios da companhia, para valores situados acima daquele patamar: “não há necessidade, portanto, se fazer seguro diretamente no exterior”, frisa o executivo, segundo o qual além da Seguradora Brasileira Rural, atua nesse segmento a Porto Seguro.
Já o corretor Ricardo Faustino Porto, da Lords Corretagem de Seguros, sofre diretamente os efeitos da atuação dos “piratas” no mercado brasileiro: “já houve casos em que perdi o cliente durante o processo de negociação, porque ele preferiu fazer o seguro com esse pessoal lá de fora, que atrai o segurado com taxas mais baixas e limites elevados de cobertura”.
Para ele, é um problema de difícil solução. Contudo, Ricardo Porto acredita que os reflexos poderiam ser amenizados se houvesse um incentivo para que os donos de animais de luxo contratassem mais seguros no Brasil.
Opinião semelhante tem o corretor Dino dos Santos Pereira, da Contajet Corretora de Seguros. Na visão dele, seria mais fácil se houvesse a abertura no resseguro, com possibilidade de negociação direta dos operadores brasileiros com diferentes resseguradores estrangeiros: “o problema da taxa elevada e dos limites de cobertura seria facilmente resolvido dessa forma”, entende o corretor.

Fonte: CQCS

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