Corretor tem a ganhar com o microsseguro
Todo o mercado, inclusive o corretor, sairá ganhando com a implantação do microsseguro no Brasil. Essa certeza é sustentada, em parte, pela estimativa feita pela Susep a respeito do público alvo para esse tipo de produto. “Até 100 milhões de pessoas poderão ser inseridas no mercado com o microsseguro. É um público que, até hoje, não tem acesso ao seguro”, afirma o superintendente da Susep, Armando Vergílio dos Santos Junior, que aposta na regulamentação do produto logo no início do próximo ano. “É possível que as primeiras apólices sejam comercializadas nos primeiros meses de 2010”, acrescenta Armando Vergilio.Caso essa projeção esteja certa, o corretor de seguros tradicional terá vantagens mesmo se for aprovada a proposta de criação do “corretor de microsseguros”, conforme consta do projeto que tramita na Câmara. Isso porque, a disseminação da cultura do seguro a partir da inserção de milhões de pessoas nesse mercado naturalmente criará novos nichos, com boa capacidade para crescer progressivamente nos próximos anos. Então, o corretor deve, desde já, buscar ferramentas para atrair esse público novo.Até porque, conforme avaliação do consultor da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Craig Churchill, que preside grupo de estudos sobre microsseguro naquela entidade, a venda do produto deverá ser feita por canais aos quais o consumidor já esteja acostumado. Portanto, sairá na frente quem já estiver perto do consumidor. E mais, como é muito difícil vender apólices individuais nesse segmento, o ideal é trabalhar com produtos que ofereçam coberturas para grupos. “Será preciso conquistar o público com um elevado nível de confiança, por meio de coberturas adequadas e, principalmente, rapidez na liquidação de sinistros”, sugere o consultor, que esteve no Brasil recentemente.Entre as coberturas citadas pelos especialistas que melhor se encaixam no perfil do microsseguros estão os seguros prestamistas (que cobre o pagamento de prestações ou a quitação do saldo devedor de bens ou planos de financiamento adquiridos pelo segurado, em caso de morte, invalidez permanente, invalidez temporária e desemprego); assistência funeral; e seguros complementares de saúde e vida.A boa notícia é que o Governo, através da Susep, já sinalizou que também tem pressa para implantar o microsseguro no Brasil. Tanto assim que deve ser apresentado em breve um substitutivo ao projeto que regulamenta a matéria. A idéia é incorporar o que for possível das propostas contidas no relatório da Comissão Consultiva de Microsseguros do ConselhoNacional de Seguros Privados (CNSP), integrada por representantes do governo e do setor privado.
Fonte: CQCS