Corretor precisa investir em tecnologia e fazer alianças
O corretor de seguros tradicional vai sofrer pressão caso não invista em tecnologia. Precisa também fazer alianças. Porque será muito mais fácil comprar seguro e ele precisa ter a possibilidade de apresentar produtos em outros formatos. A afirmação, feita pelo CEO da Gallagher, Lionel Soffia, sintetizou o tom do debate realizado na quinta parada do CQCS Innovation Latam, realizada nesta 5ª feira (22) que contou com mais de 3 mil inscrições. Além dele, participaram Susan Hatten, Coo Corporate & Community Engagement da BrokerTech Ventures e da Holmes Murphy & Associates; Eduardo Dal Ri, diretor executivo comercial da Allianz; e Bartolomé Bunge, Co-fundador da WeCover, a insurtech do mês. Eles abordaram o tema “Os desafios da distribuição no novo normal”, apresentando valiosas dicas e a realidade do cenário internacional na inovação para os profissionais brasileiros que estão buscando novos caminhos para inovar, diversificar e aumentar a sua carteira de clientes.
Para Lionel Soffia, o seguro tradicional terá que ser mais customizado. Dessa forma, parte significativa da receita virá de “fontes diferentes”, o que obrigará os players do mercado a adotarem novas formas de fazer negócios. Especialmente para os corretores de seguros, ele deixou um alerta: “Invistam em tecnologia se quiserem sobreviver como corretores nos próximos 15 anos”.
Avaliação semelhante foi feita por Susan Hatten. Contudo, ela ressaltou que experiência humana é indispensável e não pode ser trocada pela Inteligência artificial ou qualquer outra solução tecnológica. “Aqueles que não acreditam em mudanças, ficarão para trás. As novas experiências devem favorecer o cliente final”, salientou.
Na sua apresentação, Bartolomé Bunge, Co-fundador da WeCover, a insurtech do mês, revelou que tanto ele como o sócio iniciaram suas carreiras como corretores, ainda muito jovens. Mas, sempre projetaram atuar tendo como foco a democratização do seguro para que todos, de diferentes camadas da população, tenham a oportunidade de decidir sobre o querem proteger, quando proteger e por quanto tempo. “Decidimos, então, utilizar soluções digitais. O desafio era chegar ao cliente e distribuir produtos especialmente para os segmentos da sociedade ainda não atendidos, democratizando o seguro. Criamos a nossa app, que é fácil de se utilizar e permite ao usuário listar itens que gostaria de proteger. Além disso, se não encontrar o que precisa, pode fazer sugestões que serão avaliadas por nós. Aliás, essas sugestões muito importantes. Historicamente, é a seguradora que desenha o produto, mas nós fazemos o contrário, o segurado sugere, a gente analisa”, explicou.
Já Eduardo Dal Ri acentuou que seguradoras tradicionais, como a Allianz, “vivem” para fazer contato presencial e humano e tem como objetivo “manter os corretores conosco, treinando e desenvolvendo novos negócios”.
Nesse contexto, ele acredita ser impossível atuar “sem contato” direto. Por essa razão, entende que, no futuro, em algum momento no futuro será preciso voltar para o “mundo real” com as conversas presenciais. “Mas, isso ocorrerá de maneira moderna, com as novas ferramentas digitais e mais trocas de mensagens no processo de fazer negócios. Então, não teremos só uma maneira de fazer contato. O contato humano pode ser mais intenso, mesmo se parte for remotamente e parte presencialmente”, projetou o executivo da Allianz.
Por sua vez, o fundador do CQCS e mediador do debate, Gustavo Doria Filho destacou que a pandemia mostrou que o seguro precisa do corretor, pois as pessoas não se sentem tranquilas ao fazer contratação sem o apoio desse profissional. “Não é a mesma experiência. As pessoas querem o corretor”, frisou.
Fonte: NULL