Copom inicia 2ª reunião do ano em meio a receios sobre guerra
Sob receio dos impactos da guerra no Leste europeu sobre a inflação, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) começa nesta terça-feira (15) a segunda reunião do ano para definir a taxa básica de juros, a Selic. Amanhã, quarta-feira (16), o Copom anunciará a decisão ao fim do dia.
O Copom deverá tirar o pé do acelerador, apesar das pressões atuais sobre a inflação, nas estimativas das instituições financeiras.
Segundo o relatório Focus, pesquisa semanal com analistas de mercado, a Selic deverá passar de 10,75% para 11,75% ao ano, com alta de 1 ponto percentual.
Nas últimas três reuniões, o órgão elevou a taxa em 1,5 ponto a cada encontro. Na ata da última reunião, os membros do Copom tinham sinalizado que reduziriam o ritmo de alta da Selic porque as elevações mais recentes ainda estão sendo sentidas pelo mercado.
No entanto, a guerra entre Rússia e Ucrânia passou a influenciar a inflação brasileira, por meio do aumento recente dos combustíveis.
O mercado financeiro sentiu o impacto do conflito. A última edição do Focus elevou a previsão de inflação oficial pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 5,65% para 6,45% em 2022, apenas por causa da alta dos combustíveis.
As próximas projeções podem subir ainda mais, caso os aumentos se disseminem para outros produtos, como alimentos e fertilizantes.
Para 2022, a meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), é de 3,5%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo (ou seja, o limite inferior é 2% e o superior, 5%).
Os analistas de mercado consideram que o teto da meta será estourado pelo segundo ano consecutivo. Ciclo de aperto monetário Principal instrumento para controle da inflação, a Selic continua em ciclo de alta, depois de passar seis anos sem ser elevada.
De julho de 2015 a outubro de 2016, a taxa permaneceu em 14,25% ao ano. Depois disso, o Copom voltou a reduzir os juros básicos da economia até que a taxa chegou a 6,5% ao ano, em março de 2018. Em julho de 2019, a Selic voltou a ser reduzida até chegar ao menor nível da história em agosto de 2020, 2% ao ano. Começou a subir novamente em março do ano passado, tendo subido 8,75 pontos percentuais até agora.
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