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Constituição de reservas inquieta resseguradores

Resseguradores e corretores de resseguros (brokers) aguardam a regulamentação da abertura no resseguro para definirem sua estratégia de atuação no Brasil. A expectativa é de que a Superintendência de Seguros Privados (Susep) anuncie agora em junho as primeiras normas nesse sentido. Não por acaso, estiveram no País, nas duas últimas semanas, dezenas de executivos estrangeiros e até dirigentes de órgãos reguladores de várias partes do mundo. O mercado brasileiro é visto com interesse em um segmento que atravessa certa inquietação internacional, em razão das perdas provocadas, principalmente, por fenômenos naturais devastadores. “O Brasil é um dos poucos novos nichos que restam e apresenta muitos atrativos, como a ausência de catástrofes. Nosso foco está voltado para o País”, afirma, por exemplo, o presidente da resseguradora Scor Re, José Carlos Cardoso.
Ele está otimista quanto à possibilidade da nova regulamentação do resseguro ser anunciada já no mês que vem. Mas o presidente da Scor espera que a legislação não vá de encontro à tendência mundial em pontos tais como a formação de reservas técnicas. “Essa é a nossa grande preocupação e representa, de fato, um complicador. Acho que não há necessidade de se exigir das resseguradoras a constituição de reservas no Brasil. As companhias que atuam a nível mundial, como é o caso do nosso grupo, dispensam esse excesso de zelo”, comenta o executivo.
A Scor, segundo ele, atua em mais de 100 países, com escritórios instalados em 30 deles, e em nenhum é obrigada a constituir reservas no âmbito interno. Até por esse motivo, o grupo ainda não definiu se atuará no País como resseguradora local, admitida e ou eventual. “Vamos esperar, primeiro, a regulamentação”, explica o executivo.
José Carlos Cardoso diz ainda que um dos primeiros reflexos da abertura será a queda dos preços médios do resseguro. Segundo ele, essa é a tendência verificada em todos os países que abriram os seus mercados. Com isso, acredita que o volume de negócios no resseguro, hoje na faixa de R$ 2,5 bilhões, não sofrerá grandes alterações no primeiro momento da abertura “Calcular o tamanho exato desse bolo é um desafio. O volume de negócios vai aumentar, mas a concorrência reduzirá os preços”, destaca.
Os brokers também estão de olho no potencial do mercado brasileiro. É o caso da Jardine Lloyd Thompson (JLT), uma das quatro maiores do mundo, cujo presidente, Mark Drummond-Brady, veio ao Brasil esta semana para prospectar novas oportunidades de negócios. Em dois encontros com executivos brasileiros e com representantes do IRB Brasil Re, no Rio de Janeiro e em São Paulo, ele reafirmou a intenção de investir no Brasil e até mesmo de realizar novas aquisições no mercado interno. “O nosso foco está voltado para esse mercado, que tem grande potencial”, salientou, nas conversas.
RIO 2007. A JLT atua em 30 países. No Brasil, o grupo é representado pela Orypaba Corretora de Seguros. Na América Latina, a JLT administra receita de prêmios próxima de US$ 500 milhões, o que corresponde a 10% do volume global do grupo, que tem forte atuação nos ramos de energia e construção, entre outros.
No momento, através da Orypaba, o grupo vem negociando sua participação no seguro dos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro. “Vamos usar nossa experiência internacional para atuar nesse processo”, afirma o vice-presidente da Orypaba, Rodrigo Protasio, fazendo referência à JLT Sports, subsidiária do grupo que, entre outros projetos, trabalhou nas Olimpíadas de Sydney (Austrália), em 2000, e já trabalha para os Jogos Olímpicos de Londres, em 2012.

Fonte: Jornal do Commercio

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