Concessão de crédito para pessoa física tem desaceleração, informa Banco Central
Uma ligeira desaceleração na concessão de crédito para pessoa física foi constatada pelo Banco Central no início de outubro. Pelos dados, nos oito primeiros dias do mês o crescimento foi de 3,2%, abaixo da taxa de 3,5% no mesmo período de setembro. Ainda segundo o BC, a concessão permaneceu estável para as famílias e subiu 5,6% para as empresas. Os dados preliminares dizem respeito ao crédito referencial para a taxa de juros (operações consideradas para o cálculo das taxas médias de juros). Considerando-se a variação cambial de 19,5% nesse período, o BC constata decréscimo na concessão de crédito em todo o sistema de 0,2% e de 0,3% para as empresas.O estoque de crédito em moeda estrangeira é superior a 7%, segundo a Agência Brasil.
Na opinião do chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, o resultado parcial deve-se à greve dos bancos e à crise financeira internacional. Para Lopes, há conservadorismo dos clientes e dos bancos por conta da crise. No caso do tomador, ele lembrou que os bancos enfrentam restrição de acesso a recursos e estão fazendo uma análise mais rigorosa na hora de conceder financiamentos.
Lopes afirmou ainda não ser possível avaliar o reflexo das medidas de liberação de depósitos compulsórios feitos pelo Banco Central, uma vez que várias delas foram adotadas no dia 8 de outubro e os dados são referentes a até o dia 10.
O BC verificou também alta dos juros. A taxa geral anual passou de 40,5% para 41,6%. Para as famílias, os juros permaneceram estáveis em 53,1% de setembro para início de outubro. Para as empresas, avançaram de 28,3% para 30,8%. No cheque especial, houve recuo das taxas de 170,2% em setembro, que havia sido a mais alta desde julho de 2003 (173,9%), para 169,4% no início de outubro.
No mês de outubro, o volume de crédito chegou a R$ 1,148 trilhão, o que corresponde a 39,1% do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no País.
Fonte: Fenaseg
