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Comissão terá de votar pelo menos 35 emendas

Enquanto o governo e a oposição se engalfinham para definir o teor do
relatório final da CPI dos Correios, a comissão já recebeu 35 pedidos de
emendas ao documento divulgado pelo deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR). A
maior parte dos chamados “votos em separado” tenta retirar do relatório
deputados e empresas envolvidos nas investigações.
As emendas serão votadas pelo plenário da CPI e prometem jogar ainda mais
gasolina nas discussões sobre o formato final do relatório. Por enquanto, o
campeão de votos em separado é o deputado Carlos Willian (PTC-MG),
sub-relator responsável pelas apurações de irregularidades no Instituto de
Resseguros do Brasil (IRB).
Afastado pela cúpula da CPI por suspeitas de que estaria fazendo gestões
junto a empresas investigadas, Willian apresentou 14 votos em separado. Ele
é ligado ao ex-governador do Rio e pré-candidato à Presidência pelo PMDB,
Anthony Garotinho. As emendas de Willian tentam proteger pontos fracos de
Garotinho, como as supostas perdas do fundo de pensão Prece, da Companhia
Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae), apontadas pelo
deputado ACM Neto (PFL-BA). Willian pede a exclusão da Prece do relatório e
tenta incluir um texto no qual apenas recomenda que “o órgão competente”
apure se “houve alguma ilicitude”” nas operações .
Além de pedir a retirada da responsabilidade de empresas como Usiminas
(acusada de participação no valerioduto) e Beta (apontada como beneficiária
de irregularidades nos Correios), Willian fez provocações aos adversários.
Um exemplo foi o voto em separado número 6, que pede a inclusão, no
relatório, de uma suposta doação de R$ 10 mil da corretora Euro ao Comitê
Financeiro Único do PFL, nas eleições de 2004. O objetivo da emenda é atacar
o sub-relator ACM Neto, responsável pelo relatório sobre fundos de pensão
que irritou Garotinho.
Entre os 35 votos em separado há também casos de pedidos de retirada do
indiciamento de deputados envolvidos no mensalão. O deputado Luiz Antônio de
Medeiros (PL-SP) pediu que a CPI retire o indiciamento dos deputados
Wanderval Santos e Sandro Mabel, (PL-SP), acusados de envolvimento no
mensalão.
Os deputados Nelson Meurer, Ildeu Araújo e Nélio Dias, todos do PP, pediram
que fiquem de fora os correligionários José Janene e Vadão Gomes, apontados
como beneficiários do esquema de Marcos Valério. “Sentencia-se o par sem a
ele conceder direito de defesa. E olhe-se que não custava muito à CPI.
Somente alguns passos separavam-na do Conselho de Ética”, reclamam os
parlamentares do PP.

Fonte: O Estado de São Paulo

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