Comércio no Mercosul poderá ser em real
Brasília, 26 de Abril de 2007 – Medida deve começar pela Argentina no segundo semestre e depois se estender ao restante do bloco. A Câmara de Comércio Exterior (Camex) publica hoje uma resolução que, se aprovada pelos demais países do Mercosul, permitirá que as importações e exportações brasileiras com os parceiros do bloco sejam feitas não só em dólar, mas também em real e peso. No segundo semestre deste ano, a medida deverá sair do papel em negócios com a Argentina. Numa segunda etapa, a resolução também permitirá o comércio exterior em moeda local com qualquer membro do bloco.
Para o secretário-executivo da Camex, Mário Mugnaini, a longo prazo a decisão da Camex é o prenúncio de uma moeda comum no Mercosul. Os bancos centrais do Brasil e da Argentina já têm estudos que mostram os caminhos a serem percorridos para executar a idéia inicial. Mas as duas maiores economias do bloco precisam ainda assinar acordos bilaterais para regulamentar as transações sem uso do dólar.
O secretário reconheceu que no longo prazo a norma pode incentivar uma maior desvalorização da moeda norte-americana. O lado positivo, segundo Mugnaini, é que a medida gerará uma economia de 3% para os empresários e fará com que as micro e pequenas empresas não precisem fazer operações de câmbio para exportar ou importar.
A Camex também decidiu que a Tarifa Externa Comum (TEC) que incide sobre as importações de calçados e vestuário deve subir de 20% para 35%. E que deve acabar a bitributação no bloco, um tema delicado e que está previsto para ocorrer em 2008. Isso garantiria a livre circulação de um maior número de mercadorias e será um passo na direção de uma verdadeira união aduaneira. As duas decisões também precisam de aprovação pelos parceiros.
Página A-9(Gazeta Mercantil/1ª Página – Pág. 1)(Fernando Exman)
Fonte: Gazeta Mercantil
