Com menos IPI, cobertura de veículos tende a crescer 10%
A decisão do Governo de manter a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para veículos novos, até junho, animou o mercado de seguros. A medida manteve a perspectiva alimentada por alguns seguradores de crescer 10% na carteira de veículos este ano. Entre os executivos otimistas, está o diretor de Produtos do grupo Liberty no Brasil, Paulo Umeki. A redução do tributo é positiva, pois estimula o aumento das vendas de carros novos, incrementando a massa segurada, comenta.
Segundo ele, no mercado, mais de 60% dos carros zero quilômetro são segurados, parcela bem acima dos 30% da frota circulante no País. O seguro automóvel representa cerca de 23% das vendas totais de seguros de bens no Brasil. Em razão disso, medidas que estimulem a indústria automotiva são sempre bem recebidas, diz o diretor da Liberty. Ele lembra que de janeiro deste ano até o dia 25 de março, com a redução do IPI, foram vendidos 606 mil carros. Este total foi 3% superior ao apurado em igual período de 2008, segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
A Indiana se beneficia ainda mais da redução do IPI por ter um canal de distribuição específico com concessionárias, que representa um terço da carteira do grupo, sendo mais da metade composta por carro zero quilômetro, acrescenta Marcos Machini, diretor da Indiana, seguradora controlada pela Liberty.
NOVOS PRODUTOS. Não é apenas o ramo de automóvel que gera otimismo no grupo. Há também uma aposta alta nos produtos direcionados para públicos específicos. A seguradora acaba de lançar cinco produtos, que englobam coberturas para escolas, hotéis e pousadas, consultórios, bares e restaurantes.
Os novos produtos voltados para empresas foram estruturados após pesquisa realizada com consumidores. Com base nas prioridades apontadas, o risco de o pequeno empresário ficar sem cobertura quando um imprevisto ocorrer é praticamente nulo. O nosso objetivo é que o cliente veja seu negócio, com suas particularidades de risco, refletidos na apólice do seguro afirma o diretor de Produtos do grupo Liberty no Brasil, Paulo Umeki. Ele estima que poderá haver um incremento de, no mínimo, 15% nas vendas, pois os novos produtos possuem coberturas e serviços que vão ao encontro das necessidades específicas dos clientes.
Paulo Umeki conta que, mesmo antes da crise financeira que agravou o risco em todos os segmentos de negócios, os pequenos e médios empresários já buscavam o seguro para proteger o patrimônio de despesas causadas por acidentes. Eles se mostraram interessados em comprar um produto que realmente atendesse às suas necessidades com a ocorrência de um imprevisto, revela o executivo.
Boa parte das queixas detectadas pela pesquisa era de não ter tido nas apólices tradicionais do mercado cobertura para uma despesa extra causada por um acidente. A seguradora apurou que a grande preocupação é a de evitar despesas indesejáveis que muitas vezes ficam fora das coberturas tradicionais ofertadas no mercado.
DESCONTOS. O diretor da Liberty acrescenta que os pedidos dos empresários foram atendidos. Com preços acessíveis e possibilidade de parcelar o pagamento em até quatro vezes sem juros, os novos produtos oferecem aos segurados um amplo leque de coberturas e serviços que os ajudam a gerenciar pequenos problemas do dia a dia, trazendo mais qualidade no relacionamento com seus clientes. Quanto maior o número de coberturas adquiridas, maior será o desconto, variando de 7% (quatro coberturas) a 12% (mais de sete coberturas).
Embora a crise econômica influencie parte dos planos da Liberty, Paulo Umeki diz que foi possível superar as metas traçadas, até março. Ele assinala, contudo, que a nova linha de produtos não representa uma mudança de foco da empresa em relação ao Brasil.
Fonte: Jornal do Commercio