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Com expectativa de intervenções, dólar respeita piso de R$ 2 © 2000 – 2012. Todos os

Depois de acompanhar a forte melhora de humor que pautou a
sexta-feira no cenário externo, o mercado de câmbio local voltou a mostrar
apatia à queda do dólar, à alta das bolsas e à valorização das commodities.
Essa indiferença, no entanto, não foi exclusividade do real. Outras moedas de
países emergentes, como o peso mexicano e o dólar australiano, também
apresentaram modestas variações de preço nesta segunda-feira.
Entre máxima e mínima, o dólar comercial variou R$ 0,007, até encerrar o dia
valendo R$ 2,03 na venda, o que representa alta de 0,05%. A divisa chegou a
subir a R$ 2,033 e caiu a R$ 2,026.
Na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F), o dólar para setembro apontava
alta de 0,02%, a R$ 2,0405, antes do ajuste final. Os negócios na BM&F
terminam às 18 horas.
“O dólar está tabelado”, diz um diretor de correta, em referência à banda de
oscilação entre R$ 2,0 e R$ 2,10 criada pelas atuações do governo no
mercado.
Segundo esse especialista, com a moeda perto de R$ 2,0, os compradores já
aparecem, pois ainda está clara a visão de que o Banco Central (BC) vai defender
tal linha de preço. 
Para não deixar dúvidas, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, voltou a
afirmar nesta segunda-feira que o dólar a R$ 2,0 dá competitividade à
indústria.
Em relatório divulgado a clientes no fim da semana passada, o Morgan Stanley
avalia que a taxa de câmbio deve ir para R$ 1,90 no fim do ano. Tal perspectiva
de valorização está atrelada à percepção do banco de que a economia da China vai
se recuperar no decorrer do segundo semestre.
No entanto, a instituição aponta que não podem ser ignorados os efeitos
cumulativos das medidas restritivas ao capital externo adotadas pelo país, bem
como do ciclo de corte de juros mais agressivo promovido pelo Banco Central.
“Por isso, vemos menor espaço para a valorização do real em comparação com nossa
expectativa anterior.”
Com o preço de algumas commodities disparando, os termos de troca da economia
brasileira melhoraram nas últimas semanas, mas esse ganho não se refletiu em
valorização da moeda.
Na visão do banco, a falta de valorização do real diante de uma disparada no
preço dos alimentos está rapidamente se transformando em alta dos preços no
atacado e aumentando o risco de que os preços ao consumidor fiquem maiores
também.
“Acreditamos que esse risco inflacionário vai reduzir o comprometimento do
governo em manter o câmbio entre R$ 2,0 e R$ 2,1. Assim que o apetite por risco
melhorar, o governo deve manter as intervenções, mas permitindo uma leve
apreciação visando mitigar o risco de inflação”, diz o relatório.
Ainda assim, o Morgan Stanley vê pouco espaço para a valorização nominal do
real em 2013. “Acreditamos, no entanto, que crescentes pressões inflacionárias
estruturais, especialmente relacionadas ao custo do trabalho e da melhora dos
termos de troca, vão resultar em uma apreciação real do câmbio”, conclui a
instituição.
Na Europa, o tom positivo persiste, à medida que os investidores continuam
nutrindo a expectativas de atuação do Banco Central Europeu (BCE) para reduzir o
custo de financiamento de Itália e Espanha.
Tal ideia tomou forma na sexta-feira, depois que os investidores fizeram uma
releitura do discurso do presidente do BCE, Mario Draghi, que no dia anterior
não foi bem compreendido, mesmo indicado a disposição de usar medidas não
convencionais de política monetária. 
O euro chegou a oscilar acima da linha de US$ 1,24, maior preço em mais de um
mês, mas depois dessa alta de 0,40%, termina o dia praticamente estável a R$
1,239.
Se o BCE vai mesmo atuar para ajudar os países, o preço da moeda comum
tenderia a cair, pois a oferta de euros em circulação subiria. Sem falar que,
quanto mais forte o euro, mais difícil o quadro para as exportações da região.
No entanto essa não parece ser a avaliação preponderante.
Ainda no câmbio externo, o Dollar Index, que mede o desempenho da divisa
americana ante uma cesta de moedas, teve queda de 0,13%, a 82,21
pontos.

Fonte: Valor

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