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Com crise, geração Y mostra-se menos confiante quanto ao futuro

A geração Y, formada pelos nascidos entre o final da década de 70 e da década de 90, deve enfrentar pela primeira vez uma piora significativa nas condições do emprego desde que entrou no mercado de trabalho, no início dos anos 2000. Em sua primeira crise econômica, ela está menos confiante quanto ao futuro do que a geração X, formada pelos nascidos nas décadas de 60 e 70 e que entraram no mercado de trabalho entre os anos 80 e 90, período no qual a economia brasileira passou por sucessivas crises econômicas.
Isso é o que mostra estudo elaborado pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (FecomercioSP) a partir dos dados do Índice de Confiança do Consumidor (ICC), do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e da Pesquisa Mensal do Emprego (PME) do IBGE.
A geração Y cresceu imersa no ambiente digital, em um período de enorme prosperidade econômica. Segundo a FecomercioSP, os jovens dessa geração, normalmente caracterizados pela ansiedade excessiva, ocupam inclusive cargos de liderança, mas são criticados pela falta de paciência por mudarem frequentemente de emprego.
Segundo o IBGE, a taxa de desemprego no país caiu de 10,9% em dezembro de 2003 para 4,3% em dezembro de 2014. No início de 2009, por causa do impacto da crise internacional na economia brasileira, o desemprego chegou a dar sinais de aceleração, mas as ações do governo naquele momento foram capazes de reverter o quadro e, já na metade do ano, o indicador retomava a tendência de queda. A política de pleno emprego, que manteve o índice nos patamares mais baixos da série histórica até o final do ano passado, acabou gerando desequilíbrios macroeconômicos significativos.
A economia brasileira precisará passar agora por ajustes recessivos que terão impactos negativos na atividade econômica por um ou até dois anos e devem, consequentemente, afetar o mercado de trabalho e elevar a taxa de desocupação. Entre abril do ano passado e abril deste ano, a taxa de desemprego já subiu de 4,9% para 6,4%. A maior alta da taxa foi observada exatamente entre jovens de 18 a 24 anos.
O estudo mostra o descolamento entre a avaliação da situação atual e a percepção das condições futuras dos jovens da geração X no final dos anos 90 e início dos anos 2000, o que não é observado atualmente para a geração Y.  Embora a situação econômica afetasse negativamente a avaliação da geração X em relação àquele momento, ela era relativamente otimista quanto ao futuro. No caso da geração Y, o estudo sugere que a percepção das condições atuais é bem semelhante à expectativa para o futuro. Isso pode ser reflexo exatamente da ansiedade característica dessa geração, que teria dificuldade de diferenciar presente e futuro. Outra possível explicação está ligada ao desenvolvimento econômico brasileiro dos últimos 20 anos: enquanto, para a geração anterior, era de se esperar uma condição futura muito melhor do que a de seus pais, o mesmo não é verdade para boa parte da geração Y.
Rotatividade
Para a FecomercioSP, a análise vai ao encontro da percepção de que a ansiedade seria um dos traços característicos da geração Y, o que se reflete em uma maior rotatividade da mão de obra entre os jovens.
Segundo dados do Ministério do Trabalho, em 2011, por exemplo, a rotatividade da mão de obra de jovens entre 18 e 29 anos era de 55%, ante 44% quando é considerada toda a população empregada formalmente. Em 2008, era ainda maior: 58% ante 41%. Uma maior rotatividade, em um cenário de queda do desemprego, pode significar que os jovens vinham mudando com maior frequência de emprego em busca de melhores oportunidades e rápido crescimento profissional.
   
O cenário, entretanto, mudou. Após uma redução no ritmo de criação de vagas ao longo de 2014, em 2015 a taxa de desemprego voltou a subir. O menor ritmo de criação de vagas foi acompanhado por uma queda na rotatividade da mão de obra entre os trabalhadores mais jovens – em 2014, foi de 49%. A redução, segundo a entidade, pode ser reflexo de uma diminuição das oportunidades observadas no mercado de trabalho.

Fonte: G1

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