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Com caixa apertado, UBF já tem fusão delineada

Afetada pelas regras de capital do mercado segurador brasileiro, a UBF Garantias e Seguros foi obrigada a apresentar à Susep plano de recuperação que inclui a fusão com sua coligada, a Seguradora Brasileira Rural (SBR), parcialmente controlada pela gigante Swiss Re. Em dezembro, a UBF teve duas notas de riscos rebaixadas pela Fitch Ratings. De acordo com a agência, em setembro de 2008, a diferença entre o capital mínimo exigido para operar e o capital ajustado da companhia apontava insuficiência de 65%. O mesmo desempenho era de 39% em dezembro de 2007.
Luiz Roberto Foz, presidente da UBF, disse que a decisão sobre a fusão será aprovada “brevemente” pela Susep. “Os acionistas continuam e continuarão dando todo o apoio necessário às atividades da seguradora, notadamente a Swiss Re, que continua a dar suporte técnico e capacidade para os contratos de resseguro.”
O presidente da RSA Seguros, Thomas Batt, confirma a tendência de aquisições e fusões no mercado segurador brasileiro em 2009 por conta das regras de solvência financeira que as seguradoras têm que adotar num prazo de três anos. “Como o capital está cada vez mais escasso na economia atual, uma seguradora que não tiver caixa suficiente para sustentar suas operações terá seu crescimento limitado. Isso vai impulsionar oportunidades de aquisições e joint ventures.”
Para Batt, a seguradora britânica está pronta para aumentar seu nível de capital no País e entrar na onda de aquisições. “De acordo com nosso volume de prêmios retidos, o capital necessário para operarmos no Brasil é de R$ 70 milhões e nós temos R$ 127 milhões. O grupo está disposto a colocar mais capital mediante aquisições e crescimento. Não vamos desperdiçar a crise. Os próximos dois anos se configuram como um momento ímpar para aquisições, principalmente para empresas bem capitalizadas – é o caso do nosso grupo, que aumentou o patrimônio em 5% durante a crise”, destaca o executivo.
Segundo ele, as regras de solvência da Superintendência de Seguros Privados (Susep) forçam as companhias a buscar maior rentabilidade. “Em 2006, a proposta inicial da Susep era mais agressiva e gerou uma discussão muito forte no setor. As regras foram refeitas e as empresas agora podem se adequar de forma paulatina e mais realista. [As regras] trazem o Brasil para um patamar internacional e incentivam as empresas a rentabilizar o negócio. Volume não vai importar tanto”, considera Batt.
O presidente da Mongeral, Helder Molina, admitiu que sem a presença da nova parceira de negócios o ritmo de crescimento da mais antiga seguradora em operação no País estaria comprometido. “Sem a Aegon, a Mongeral poderia muito bem atender às exigências de capital da Susep, mas a velocidade do nosso crescimento seria reduzida. O acionista pode escolher até que ponto vai botar a mão no bolso para tocar sua seguradora ou decidir se vai buscar melhor retorno investindo seu dinheiro num banco”, exemplifica. Com a sócia holandesa, a Mongeral já traçou metas de crescimento de 25% nos próximos cinco anos e prevê lançamento de novos produtos.

Fonte: Gazeta Mercantil

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