Com 12% das transações, cheques não devem sair do gosto do consumidor
As transações com cheques tendem a cair. Contudo, esse meio de pagamento não está em processo de extinção no comércio brasileiro. A afirmação é do vice-presidente da Telecheque, José Antônio Praxedes Neto, ao comentar dados do setor.
Conforme o especialista, em volume de transações, foram movimentados R$ 2,27 trilhões em 2005, o que representou 12% das movimentações totais, segundo dados do Banco Central. Por outro lado, cartões de débito e crédito responderam por, respectivamente, R$ 53,2 bilhões e R$ 136,7 bilhões. A soma dos dois correspondeu a 1% das transações daquele período.
Evolução do mercado
Por outro lado, os mesmos dados do BC mostram que em 2001 foram passadas mais de 1,8 bilhão em folhas de cheque, total que caiu para R$ 1,03 bilhão em 2005. No mesmo período, o número de cartões de crédito evoluiu de 35,4 milhões em 2001 para 68,1 milhões em 2005 – um aumento de 92,4% no período.
Já os plásticos de débito, no mesmo intervalo de tempo, passaram de 101,1 milhões para 155,6 milhões de unidades – registrando expansão de 53,9%.
Gasto médio
“É natural que o uso de cheque caia com a chegada de outros meio de pagamentos”, explicou Praxedes. Contudo, o especialista atentou para outro fato: o gasto médio com as diferentes formas de compra.
A média de gasto com o crédito foi de R$ 73 por transações em 2005. No mesmo ano, o tíquete do plástico de débito ficou na média de R$ 46, enquanto os gastos por meio das folhas foram de R$ 893.
“A renda média no Brasil é de R$ 1 mil. Já o limite médio do cartão de crédito está em R$ 300. Os altos juros do cartão de crédito impossibilitam que seja dado um limite maior ao consumidor. E a opção para fazer compras mais caras acaba sendo o cheque”, justificou Praxedes.
Compras de baixo valor
Pesquisa realizada pela Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviço comprovam essa tendência. Foram estudadas as representatividades nas compras de até R$ 299 entre 2004 e 2006. E o resultado foi um aumento da proporção do meio de pagamento eletrônico.
Enquanto em janeiro de 2004 um total de 61% as movimentações foram efetuadas com o plástico e as 39% restantes com o cheque, no último levantamento disponível, em dezembro do ano passado, essa proporção era de 84% para 16%.
Por meio de nota, a entidade explicou ter analisado o valor máximo de R$ 299 por ser considerado gasto feito para consumo. Dessa maneira, não são contabilizadas folhas emitidas entre empresas ou para a compra de imóveis , por exemplo.
No bolso
Na avaliação de Praxedes, o talão continuará na carteira – e no gosto – do brasileiro. “É uma relação direta entre cliente e varejista, dispensando intermediadores. E essa relação garante que não haja tanto encarecimento do crédito”, adicionou o representante da Telecheque, lembrando que a taxa de inadimplência líquida registrada pela companhia é de 2,1%.
“Compensa mais para o varejista assumir esse risco do que pagar os 4% de juro do cartão de crédito”, finalizou.
Fonte: InfoPessoal