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Coface terá 75% do capital da SBCE

A francesa Coface está perto de se tornar a controladora da Seguradora Brasileira de Crédito à Exportação (SBCE). SulAmérica, Bradesco, Unibanco AIG e a Minas Brasil estão deixando o capital da SBCE em um transação prevista para ser concluída em outubro. No momento, as seguradoras discutem os detalhes finais do preço de venda, que deve movimentar alguns milhões de reais.
Além da SBCE, a Coface vai fazer um aumento de capital de R$ 10 milhões, com recursos vindos da matriz francesa. O dinheiro vai permitir a adequação às novas regras da Superintendência de Seguros Privados (Susep).
Na SBCE, a Coface vai ficar com 75% do capital e os outros 25% ficam divididos com o Banco do Brasil e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A seguradora francesa já tinha uma fatia de 27,5% da SBCE. Já as outras quatro companhias estão deixando o capital da SBCE pois o seguro de crédito à exportação, produto muito específico, não é estratégico para estas empresas.
“A Coface vai crescer 60% no país só com essa operação”, disse ao Valor o presidente da Coface, Fernando Blanco. Com a conclusão da aquisição, Blanco explica que haverá uma fusão operacional da Coface com a SBCE, em uma estrutura única, o que dará maior eficiência, pois não haveria a duplicidade de áreas e funções. Embora, por questões legais, seja preciso ter uma seguradora específica para se trabalhar com seguro de crédito à exportação. Assim, haverá a Coface do Brasil (crédito interno) e a Coface SBCE (crédito à exportação).
Além de operar no crédito à exportação de até dois anos, a SBCE venceu este ano licitação para administrar as apólices e preparar relatórios de aconselhamento ao governo sobre os riscos envolvidos no seguro de crédito à exportação de prazo superior a dois anos, que é feito com os recursos do Fundo Garantidor de Exportações (FGE), sob a guarda do Ministério da Fazenda. A idéia é que haja uma “muralha” dentro da empresa separando as operações de curto e longo prazo. Só nos primeiros quatro meses do ano, o faturamento da SBCE cresceu 73%.
A Coface tem como meta crescer 25% ao ano nos próximos cinco anos e 36% em 2007. Em 2006, faturou R$ 26 milhões. No primeiro semestre lucrou R$ 3 milhões, alta de 3.000%. A seguradora quer ser cada vez mais vista como uma empresa de prestação de serviços financeiros, que vão desde o fornecimento de informações sobre empresas, passando pelo financiamento (via desconto de recebíveis) e cobrança. Este última área é uma das prioridades e a Coface não descarta a aquisição de uma companhia especializada em cobrança para alavancar os negócios, segundo Blanco. Na área de recebíveis, a idéia é atuar em conjunto com o Natixis, seu controlador, que recebeu este ano autorização do Banco Central para atuar no país.
Para reforçar estas áreas, a empresa já contratou alguns executivos e planeja novas contratações. No final de 2006, eram 28 profissionais. Agora são 40.
Em apólices, eram 39 no final de 2006 e agora são 60. Alguns setores, como o varejo e o farmacêutico, que tiveram problemas de crédito no passado, intensificaram a procura pelo seguro de crédito. “As operações estão sendo impulsionadas pelo aumento da disponibilidade de crédito e pelo crescimento econômico. Muitas negociações que se iniciaram no primeiro semestre estão dando frutos agora”, afirma Blanco. Segundo ele, com o aumento das vendas, puxado pelo reaquecimento da economia, e a percepção de um maior risco de crédito, a procura por este tipo de apólice cresce, ainda que falte cultura para este seguro.
Após o aporte, o capital da seguradora chega a R$ 21 milhões. “Esse volume será importante para fortalecer as nossas bases de atuação no país”, disse Hércules Pascarelli, diretor financeiro.

Fonte: Valor

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