COFACE multiplica por quatro o capital
A meta é crescer de forma agressiva para manter sua primeira posição conquistada entre as seguradoras de risco de crédito na América Latina”, diz Jérome Cazes, executivo-chefe (CEO) da Coface.
O crescimento não será só orgânico. A idéia é comprar uma empresa de cobrança tão grande quando a Coface no Brasil, com faturamento em torno de R$ 30 milhões, revela Fernando Blanco, presidente da Coface no Brasil. Não está descartada ainda uma parceria ou até outra aquisição de uma empresa brasileira de “inteligência analítica” de dados relativos à crédito, informa ele.
Segundo Blanco, essa nova empresa iria ajudar no monitoramento da carteira de risco de crédito da Coface, além de prestar serviços de informação aos clientes. A Coface pretende ampliar seu capital em mais R$ 50 milhões no país para fazer frente a investimentos, sem contar os cerca de R$ 200 milhões de capital para o Banco Natixis, do mesmo grupo.
O banco deve começar suas atividades no Brasil em abril, diz Cazes, que pretende ir ao país para participar da inauguração.
A empresa acaba de ampliar seu capital de R$ 19,5 milhões em mais R$ 7,9 milhões, para fazer frente às novas regras de capitalização exigidas pela Susep.
A parceria com o Natixis vai ampliar os negócios: a idéia é que o banco passe a realizar desconto de duplicatas, em um primeiro momento, e depois também Adiantamento de Contrato de Câmbio (ACC) e Adiantamento sobre Cambiais Entregues (ACE), usando o seguro de risco de crédito da Coface e também seu expertize. Para isso, precisa de balanço em reais.
O Natixis já realiza empréstimos externos às empresas brasileiras. “Na prática, nós vamos ajudar o Natixis a gerenciar sua carteira de crédito”, diz Fernando Blanco.
Entre os investimentos que a Coface está fazendo no Brasil, está o aumento de sua participação na SBCE (Seguradora Brasileira de Crédito à Exportação), a empresa que ganhou concessão do governo para fazer crédito à exportação de longo prazo. Segundo Blanco, o negócio está em fase de definição final entre os sócios. A Coface prepara-se para comprar mais 49% da SBCE, ficando com pouco mais de 75% do capital da empresa. O Banco do Brasil ficaria com 12,08% e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) com outros 12,08%. (CPL)
Fonte: Valor