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Cobertura para eventos catastróficos pode incluir crise financeira

O mercado ressegurador vem ampliando o conceito de eventos catastróficos, antes restrito a fenômenos da natureza, como terremotos, tsunamis e furacões. Atualmente, com o desenvolvimento da economia, o setor passou a expandir a definição e a incluir, por exemplo, crises financeiras e terrorismo, eventos que podem causar danos similares aos provocados por desastres naturais. O assunto foi tema de debate no painel técnico “Proposta de cobertura para eventos catastróficos”, no 8º Encontro de Resseguro do Rio de Janeiro.

Durante o painel, o vice-presidente de contratos da JLT Resseguros, Pedro Farme d’Amoed, explicou os impactos econômicos de atos terroristas: “O grande segurado está acostumado a comprar proteção, mas a pequena loja não acessa esse mercado. Hoje há um grande número de falência de pequenas empresas associada à ação de lobos solitários. Com um mês inteiro fechado para investigações e reconstrução, esses negócios não conseguem pagar suas obrigações”.

Segundo Farme d’Amoed, o mercado já se organiza em pools para providenciar resseguros em caso de terrorismo, como o Pool Re no Reino Unido: “É importante para proteger a perda de renda e de vidas. Isso traz dispersão de risco e oferece acesso a cobertura em uma situação com efeitos catastróficos, especialmente em cidades que dependem de turismo e precisam projetar uma imagem de segurança”.

Benefícios para o Brasil

Apesar de não sofrer com a ocorrência de desastres naturais e climáticos, o Brasil pode contar com a cobertura para eventos catastróficos em casos de crise financeira e fortes chuvas, por exemplo. “No Brasil, a crise econômica de 2016/2017 provocou a perda acumulada de quase 25% do nosso PIB, o que causou impacto na população como um todo, com perda de bens, de emprego e de renda. Isso pode ser tratado como uma catástrofe para um país”, afirma o executivo. De acordo com Farme d’Amoed, a proteção pode dispersar os riscos e alavancar a indústria financeira, movimentando a economia.

A cobertura também pode ajudar na reposição de bens após fortes chuvas, por exemplo, além da própria recomposição financeira do balanço de um governo. “Em tragédias provocadas pelas chuvas, a sociedade precisa de uma resposta rápida. Para governos, a resposta é uma licitação emergencial, que abre brecha para desvios e mau uso do recurso público. O mercado, no entanto, pode entregar isso pronto para o governo, que ficaria tanto como o benefício financeiro quanto com o benefício da reposição ágil dos bens e serviços”.

Fonte: NULL

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