Economia

CNC discute rumos da economia

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) realizou, na quarta-feira (18), no Rio de Janeiro, a 5ª Reunião da Diretoria de 2025. Presidido pelo presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros, o encontro reuniu os principais dirigentes do Sistema Comércio para apresentar os resultados das ações do último mês, debater temas estratégicos e analisar o cenário econômico do País.

Na abertura, foi exibido um vídeo com os principais destaques institucionais, como o Encontro Vai Turismo durante a FIT Pantanal 2025, o seminário sobre mudanças na NR-1, a participação da CNC na 113ª Conferência Internacional do Trabalho, a inauguração de nova unidade do Sesc-MT, a adesão ao programa de multiplicadores do Pacto Global da ONU Rede Brasil, além do lançamento da nova temporada da websérie Do Tamanho do Brasil.

A Diretoria também recebeu os resultados expressivos de comunicação institucional. Em maio, mais de 21 milhões de pessoas foram impactadas pelas ações da CNC em meios digitais e na imprensa.

No ambiente digital, foram alcançados 11 milhões de usuários. As redes sociais do Senac atingiram 6 milhões de usuários, enquanto o Sesc ultrapassou a marca de 167 milhões de impactos, considerando digital e imprensa, com valor comercial equivalente a R$ 139 milhões.

Conecta/Sicomércio 2025

O diretor Jurídico e Sindical da CNC, Alain MacGregor, apresentou uma perspectiva da mobilização para o Conecta/Sicomércio 2025, evento que promove a integração, inovação e boas práticas no setor do comércio e serviços do Brasil. O encontro, programado para o início de julho, reúne lideranças e especialistas para discutir temas relevantes para o setor e apresentar soluções e serviços inovadores. Ele celebrou o crescimento das inscrições e destacou o caráter inovador da experiência.

“Temos hoje 567 inscritos no Conecta, 981 no Sicomércio, totalizando 1.414 participantes, número superior ao registrado em 2023. Isso mostra que a atuação das federações nas bases está surtindo efeito”, afirmou.

MacGregor ressaltou que a programação foi pensada para oferecer uma vivência prática em inovação, com foco em inteligência artificial aplicada ao setor de comércio.

“Queremos que todos tenham contato com as tecnologias que já estão transformando o mercado. A proposta é preparar as lideranças para o futuro que já está batendo à porta.”

Panorama econômico

Durante a reunião, o economista-chefe da CNC, Felipe Tavares, apresentou traçou um panorama macroeconômico que combina leve melhora nos indicadores com alertas significativos sobre a sustentabilidade fiscal do País.

De acordo com Tavares, houve ajustes positivos em alguns indicadores. A expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) passou de 2,18% para 2,20%, a inflação recuou de 5,44% para 5,25% e o câmbio cedeu de R$ 5,80 para R$ 5,77. A taxa de desemprego permaneceu estável em 6,5%. Por outro lado, a taxa Selic subiu de 14,75% para 15% ao ano e o déficit primário, antes estimado em zero, foi revisto para -0,75% do PIB, o equivalente a R$ 75 bilhões.

“O crescimento econômico atual está sustentado no consumo e no estímulo fiscal, mas a promessa do governo de conciliar crescimento com controle inflacionário gera desconfiança e alta volatilidade no mercado”, explicou o economista.

Tavares destacou ainda que, apesar do Brasil estar momentaneamente atraente para o capital estrangeiro devido a tensões internacionais, o maior desafio está na credibilidade fiscal. A dívida pública já supera 80% do PIB e pode atingir 100% até 2030. “Essa trajetória pressionou o prêmio de risco do Brasil, que hoje é o mais alto entre as principais economias globais”, apontou.

Outro ponto de atenção da apresentação foi a proposta de taxação dos títulos isentos, principalmente os voltados à infraestrutura. Segundo o economista, essa medida pode comprometer fontes essenciais de financiamento. “56% do investimento privado em infraestrutura vem de pessoas físicas, o que desmistifica a ideia de que apenas grandes investidores são beneficiados. Tributar essa base aumentará o custo do crédito para o setor produtivo e prejudicará toda a sociedade, seja quem mora em coberturas ou em casas simples.”

Tavares comentou ainda sobre o decreto do IOF, cuja aplicação foi suspensa até nova decisão do governo, e reforçou que o cenário exige responsabilidade fiscal e políticas coerentes com a sustentabilidade das contas públicas.

Rede de Agilistas

A gerente de Planejamento da CNC, Rafaela Rio, apresentou a Rede de Agilistas – Somos +, programa voltado a ampliar a cultura de agilidade organizacional nas federações do Sistema Comércio. Segundo ela, a iniciativa é mais um passo no trabalho de aprimoramento do planejamento estratégico e da entrega de resultados por meio de práticas inovadoras.

“A Rede Somos busca aprimorar tanto o planejamento quanto a inovação, conectando federações, sindicatos e a própria Confederação numa lógica de soluções conjuntas. Estamos focando, neste ano, em duas entregas principais: planejamento e inovação”, afirmou.

Ela explicou que o programa será estruturado em duas dimensões, uma voltada à formação de competências e outra aos resultados mensuráveis. “A adesão é opcional e os senhores receberão ofício com orientações. Os indicados passarão por diagnóstico e trilhas formativas. A primeira grande apresentação para as federações ocorrerá no Conecta, no dia 7 de julho.”

Além disso, foi anunciado um encontro com os indicados para o mês de agosto, no qual serão detalhadas as ações e metas previstas para 2025 e 2026. “Nossa meta é fortalecer a entrega de valor nas pontas e preparar o Sistema Comércio para lidar com desafios cada vez mais complexos com agilidade e efetividade.”

Fonte: CNC

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