CNC apoia reforma tributária e divulga análise da PEC 45
O Grupo de Trabalho (GT) criado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) para analisar os projetos de reforma tributária em discussão no Congresso concluiu, nesta semana, a avaliação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 45/2019. A PEC prevê, entre outros pontos, a extinção de cinco tributos e, em substituição a eles, a criação do Imposto sobre Operações com Bens e Serviços (IBS), nos moldes de um Imposto sobre Valor Agregado (IVA).
O presidente da CNC, José Roberto Tadros, ressalta que o GT já havia elaborado um relatório com a posição consolidada da entidade sobre a primeira parte da proposta apresentada pelo governo federal, o Projeto de Lei (PL) nº 3.887/2020. “O nosso propósito é contribuir com sugestões e reflexões para que a reforma tributária atenda às necessidades de arrecadação e organização do governo federal, sem prejudicar as empresas e seus trabalhadores”, explicou Tadros, que lidera o Grupo de Trabalho da Confederação.
Elevação da carga tributária
De acordo com a CNC, a PEC irá gerar um aumento significativo da carga tributária para 95,92% das empresas brasileiras. A Confederação avalia que a migração para o IBS afetará todas as empresas do setor de serviços – como escolas, serviços médicos e locação de imóveis –, além das integrantes do Simples Nacional, independentemente do setor em que atuam.
Assim, a entidade defende a criação de faixas de alíquotas distintas para os diversos segmentos econômicos existentes no País, como o comércio de bens, serviços e turismo, e para alguns produtos. “Não faria sentido um aumento de encargos para as empresas e os setores que são a locomotiva do desenvolvimento do Brasil, como é o caso de comércio de bens, serviços e turismo”, afirmou Tadros.
Entre os destaques positivos trazidos pela PEC nº 45/2019, estão a transparência, a não cumulatividade e crédito financeiro, a não incidência sobre exportação e a aquisição de bens de capital. Entre os pontos de atenção e melhoria, além da questão da alíquota, a Confederação aponta questões como o fim de benefícios, reduções e isenções fiscais e a extinção da Zona Franca de Manaus e de incentivos setoriais – como o Repetro e o Rota 2030 -, o que acarretará desestímulo no desenvolvimento de várias regiões do País.
Confira todas as sugestões da CNC
1) transparência: conhecer estudos, impactos sobre atividades, critérios de fixação da alíquota, qual a alíquota do ibs e a previsão de arrecadação;
2) não cumulatividade plena com crédito financeiro de todos os insumos da operação ou serviço (aluguéis, fretes, publicidade);
3) alíquotas diferenciadas por atividade e para alguns produtos;
4) manutenção do sistema cumulativo como opcional (empresas do lucro presumido e prestadoras de serviços);
5) tributação da prestação de serviço de forma diferenciada, idêntica à das instituições financeiras;
6) permitir benefícios fiscais (exemplo: pandemia);
7) manter a efetiva desoneração/isenção de toda a cadeia de produtos da cesta básica (seletividade de produtos essenciais com creditamento integral dos insumos);
8) manutenção do simples e da zfm e das áreas de livre comércio, dando direito de crédito integral;
9) garantia e prazo para devolução dos créditos gerados pelo sistema (ex.: empresas exportadoras);
10) manter isenção total para as entidades imunes e sem fins lucrativos;
11) cadastro unificado, nota fiscal eletrônica e guia de recolhimento padrão;
12) uso intensivo de tecnologia para modernização dos fiscos e melhor controle da arrecadação;
13) alcançar outros tributos, como na pec nº 110.
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