Chubb se reestrutura e traz resseguradora
A seguradora vai crescer bem menos este ano, mas se diz preparada para 2008, ano considerado histórico para o setor de seguros, com novas regras de capital e solvência e, principalmente, com o mercado de resseguros aberto. Em meio às mudanças, a Chubb decidiu trazer ao Brasil a resseguradora do grupo, a Federal.
Acacio Queiroz, presidente da Chubb, conta que decidiu aproveitar o momento de mudanças do mercado para fazer as mudanças dentro da seguradora. Foram várias decisões, que vão desde a contratação de novos executivos até a renegociação dos contratos com todos os fornecedores, que vai gerar uma economia anual de R$ 5 milhões.
A Chubb emitia em 2004 cerca de 2,5 mil documentos de seguros por mês. Em 2006, eram 7,5 mil, mas os contratos com fornecedores não levavam em conta esse crescimento. A seguradora também resolveu investir em tecnologia e treinamento. “Foi um trabalho para continuarmos mantendo a lucratividade e a sustentabilidade”, diz Queiroz. As despesas administrativas caíram de 18,5% para 13%.
Para o mercado de resseguros, a decisão foi trazer a Federal como ressegurador admitido, aquele que não constitui empresa no Brasil, mas tem escritório de representação. A empresa vai cuidar apenas dos resseguros da Chubb. “Vai nos dar maior competitividade” afirma Queiroz.
Ainda dentro das mudanças internas, a seguradora ampliou sua sede, no Centro Empresarial de São Paulo, que terá mais um andar. Além disso reformou os cinco escritórios regionais, que ficam em Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Rio e Brasília. Algumas apólices problemáticas foram canceladas e a sinistralidade caiu cinco pontos percentuais.
As mudanças já produzem efeitos. A seguradora acaba de receber a nota “triplo A” da agência de classificação de risco Moody´s, na categoria “força financeira”. Este é o segundo ano que a seguradora recebe a nota. Para Queiroz, com o mercado de resseguros aberto, ter um rating passa a ser quase que uma obrigação. Será uma forma de apresentação da companhia para o mercado externo.
Mas nem tudo são boas notícias. Diferente da forte expansão dos dois anos anteriores, de 144%, a Chubb deve crescer menos este ano. No primeiro semestre o aumento dos prêmios foi 17%. Em 2005 e 2006, a companhia teve o maior crescimento orgânico do mercado: “2007 foi dedicado a mudanças internas para nos prepararmos para o ano que vem”, diz Queiroz.
Nas regras de solvência, que exigem mais capital de acordo com o risco, ainda faltam alguns ajustes, segundo o executivo.
Para 2008, uma das principais apostas é a venda de seguros massificados por meios de parcerias com empresas (como as de energia elétrica ou redes de varejo). O segmento que representava 16% das receitas em 2004 chegou a 20% este ano e a meta é chegar a 33% em dois anos. Os prêmios subiram de R$ 40 milhões para R$ 120 milhões com a venda de seguros de perda e roubo de cartões, proteção financeira e prestamista (que protege contra inadimplência).
Já a carteira de automóveis perdeu espaço. Representava mais de 50% e agora está em 35%. A Chubb é muito conhecida no mercado por fazer apólices de carros de luxo, como Ferraris. O segmento de vida foi um dos que ocupou o espaço dos autos, passado de zero para 12% dos prêmios. Outros segmentos como seguro para eventos, shopping centers e responsabilidade civil também cresceram.
Fonte: Valor