Chubb planeja duplicar receita em cinco anos
Aumentando cada vez mais sua penetração em nichos -como nos seguros massificados e nos microsseguros nas operações ligadas ao varejo; na área de entretenimento, como cinemas e teatros; e na carteira de aeronáutica-, além de apostar em um crescimento exponencial do mercado imobiliário brasileiro nos próximos anos, a Chubb espera chegar à receita de R$ 1,5 bilhão nos próximos cinco anos.
Apenas em prêmios, o total deve chegar a R$ 1,344 bilhão, o que representaria um crescimento de 95% em relação a 2009, que deve acumular R$ 689,384 milhões. Além disso, a empresa deve começar a discutir sua entrada no mercado de grandes riscos a partir do meio do ano.
A seguradora projeta estar entre as 10 maiores seguradoras do País e entre as 5 maiores em resultado operacional (apenas com seguros) até 2014. Em 2009, a lucratividade da Chubb chegou a R$ 51,034 milhões, e a projeção para 2010 é de R$ 51,210 milhões. Em relação aos prêmios, a projeção para 2010 é de R$ 755,088 milhões, 9,5% superior a 2009.
Segundo o presidente da empresa, Acácio Queiroz, as projeções para os próximos cinco anos ainda não estão aprovadas pela matriz, o que deve ocorrer por volta de março.
Antes de se voltar ao mercado de grandes riscos, a Chubb pretende melhorar as suas operações atuais. “Estamos fazendo por partes. Antes, queremos crescer em seguro garantido, aumentar os massificados e os microsseguros, principalmente ligados ao varejo, crescer na área de entretenimento e de aeronáutica”, enumera Queiroz. O mercado de grandes riscos é visto como de grande potencial pelas seguradoras, devido à perspectiva de realização dos Jogos Olímpicos e da Copa do Mundo no Brasil, além da exploração da camada pré-sal, que irão demandar grandes aportes em infraestrutura.
Segundo ele, foram contratados dois engenheiros para avaliar a entrada nos grandes riscos. “Se não formarmos equipe, não podemos entrar em nenhum segmento”, diz, para logo em seguida admitir que faltam profissionais qualificados no País. “Na China, por exemplo, há 22 engenheiros para cada grupo de mil habitantes. No Brasil, são seis por mil habitantes: falta mão de obra especializada.”
No campo da habitação, diz ainda, as perspectivas também são grandes. Segundo dados do Banco Central, a representatividade do crédito imobiliário em relação ao PIB é de 3% e pode chegar a 9,9% até 2020. Analistas de mercado, no entanto, são mais otimistas, e imaginam que em cinco anos a relação já possa chegar a 10%. “Há uma oportunidade muito grande no seguro residencial. Queremos crescer significativamente, por canais diferentes”, afirma o presidente da companhia. Um desses canais, por exemplo, é a venda conjunta de seguro habitacional e automotivo. “Não há cultura de seguro residencial no Brasil, ela tem de ser criada. Estamos caminhando nesse aspecto.”
No segmento de vida, Queiroz diz que a meta é dobrar a atual carteira, de R$ 80 milhões. Além disso, a empresa quer desenvolver e implantar 20 novos produtos nos ramos elementares e de vida até 2014. “Já é uma tradição nossa lançar quatro novos produtos por ano nesses segmentos, e queremos continuar”, afirma.
Em relação às fusões ocorridas no mercado no ano passado, Queiroz avalia que acabam diminuindo as opções dos clientes. “Mesmo que as duas empresas busquem o crescimento, o pensamento delas será um só, sem pluralidade.”
Ele acrescenta que a Chubb não tem interesse em se associar a outras seguradoras nem a instituições financeiras, mas diz que a companhia está aberta a parcerias. “Já existem algumas, e devem continuar em andamento. Entramos com o know-how, porém sem vínculo.” O executivo preferiu não dar informações a respeito de acordos de parceria da seguradora.
No ano passado, as instituições financeiras buscaram parcerias com as seguradoras de forma a aumentar o peso do setor de seguros em seu balanço. Assim se uniram Banco do Brasil e Mapfre, Itaú Unibanco e Porto Seguro, além da aquisição de 50% da Marítima pelo grupo Sompo Japan.
O mercado segurador ainda dá sinais de estar em consolidação, tanto com Banco do Brasil e Bradesco, por exemplo, buscando acordo com a SulAmérica.
Como os seguros são vendidos em agências bancárias, Queiroz admite que a competição por clientes será mais dura.
No setor de automóveis, o executivo acredita que as instituições, aliadas a seguradoras devem ganhar fatias de mercado. “Eles têm uma infinidade de agências, uma penetração muito grande. A briga agora, no setor, irá depender do corretor”, avalia
Fonte: Seguro em Pauta