China consegue apoio para proposta de acordo de livre comércio na Ásia © 2000 2014. Tod
Líderes das economias da Ásia-Pacífico decidiram começar a trabalhar em direção à adoção de um pacto de livre comércio proposto pela China, anunciou o presidente chinês, Xi Jinping, dando a Pequim uma vitória em sua busca por um papel mais importante na elaboração de políticas comerciais. Depois do encontro de cúpula de dois dias do fórum de Cooperação Econômica da Ásia-Pacífico (Apec), os líderes concordaram em lançar um estudo de dois anos sobre a iniciativa, informou Xi Jinping em uma entrevista coletiva. Xi, anfitrião do encontro, chamou a decisão de líderes que incluem os presidentes dos EUA, Barack Obama, e da Rússia, Vladimir Putin, como um “passo histórico”.A China está promovendo a proposta da Área de Livre Comércio da Ásia-Pacífico, apesar da pressão dos EUA para fechar outras negociações comerciais. Analistas veem isso como uma resposta a uma iniciativa liderada pelos EUA, a Parceria Transpacífico (TPP, na sigla em inglês), que inclui 12 países, mas exclui a China.Os líderes da Apec também endossaram uma proposta de maior cooperação para combater a corrupção, disse Xi.Pequim lançou uma série de iniciativas comerciais e financeiras em busca de um papel mais importante nas organizações econômicas e de segurança hoje dominadas pelos EUA, para refletir o status do país como a segunda maior economia do mundo.A cúpula da Apec foi o primeiro grande encontro internacional na China desde que Xi assumiu o poder. A presença de líderes mundiais deu a Pequim um palanque para Beijing uma plataforma para defender um papel de liderança maior.”A integração econômica regional é a força motriz de longo prazo para o crescimento na região da Ásia-Pacífico”, afirmou o presidente chinês.Ontem, Pequim anunciou um acordo de livre comércio com a Coreia do Sul. Ao mesmo tempo, órgãos reguladores aprovaram um plano para abrir mais os mercados de ações chineses para os investidores estrangeiros, vinculando as bolsas de Hong Kong e Xangai. As iniciativas se seguiram ao anúncio do fim de semana de um fundo de US$ 40 bilhões financiado pela China para melhorar as relações comerciais entre as economias asiáticas.No início deste ano, Pequim abriu um banco de desenvolvimento regional com outros 20 governos. Em maio, Xi Jinping pediu uma nova estrutura asiática para a cooperação de segurança com base em um grupo que inclui a Rússia e o Irã, mas exclui os Estados Unidos.A China diz que seus motivos são benignos. Mas o seu crescente peso econômico como maior parceiro comercial para a maioria de seus vizinhos, da Coreia do Sul até a Austrália, pode erodir a influência dos EUA.A reunião desta terça-feira ocorreu sob forte segurança num centro de conferências do governo em um bairro de colinas arborizadas ao norte da capital chinesa.Em um esforço para parecer mais aberto, os organizadores tomaram a decisão incomum de permitir o acesso, a partir do centro da imprensa, a sites como Facebook, Twitter e YouTube, que geralmente são bloqueados pelos amplos filtros de internet da China.O pacto de comércio Ásia-Pacífico foi proposto pela primeira vez por um painel de negócios da Apec, mas a China assumiu a liderança na sua promoção.Barack Obama disse ontem que os Estados Unidos “recebe bem a ascensão” de uma China próspera, pacífica e estável. Ainda assim, seus representantes se irritaram com a insistência de Pequim em promover a Área de Livre Comércio da Ásia-Pacífico.Autoridades comerciais norte-americanas dizem que as duas propostas não são concorrentes. Mas eles querem que Pequim assine um tratado de investimento EUA-China e um acordo separado para diminuir as barreiras ao comércio de tecnologia da informação. Washington e alguns outros governos argumentaram que a proposta chinesa seria uma distração na Apec mas Pequim tornou a proposta a peça central da reunião.Poucos detalhes da proposta norte-americana foram liberados, mas seus divulgadores dizem que ela reduziria ou eliminaria as tarifas sobre a maioria das mercadorias comercializadas entre os países membros. Isso pode afetar a China, ao dar incentivo para que os países membros negociem mais um com o outro.Os líderes das nações envolvidas nas negociações da TPP, incluindo os Estados Unidos, México, Japão e Austrália, se reuniram ontem e emitiram uma declaração dizendo que estavam fazendo progresso. As conversas foram adiadas várias vezes por disputas sobre a natureza abrangente das suas propostas de abertura de mercados. “Instruímos nossos ministros e negociadores a fazer da conclusão deste acordo uma prioridade”, disse o comunicado.A iniciativa promovida por Pequim é menos ambiciosa e visa reduzir o conflito entre a sobreposição de acordos comerciais entre os pares das economias da Ásia-Pacífico.(Associated Press)
Fonte: Valor